Soja: BR tem semana de melhor volume de negócios e preços até 7% mais altos; portos testaram R$ 70

Publicado em 28/04/2017 19:09

Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a sessão desta sexta-feira (28) com estabilidade na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa perderam entre 0,50 e 1,75 ponto, com o maio/17 se mantendo nos US$ 9,45 por bushel. Já o novembro/17, referência para a safra americana, fechou com US$ 9,52. 

Segundo explicam analistas internacionais, os traders se mantiveram, durante todo o dia, na defensiva e se reajustando antes do início de um novo mês, o mais importante, inclusive, para o avanço do plantio da soja nos Estados Unidos. 

Dessa forma, as especulações sobre o cenário climático no Corn Belt ganham ainda mais peso no andamento das cotações na CBOT. 

"O mercado agora opera em especulações sobre oscilações climáticas para os Estados Unidos e clarificações sobre o padrão climático para o Cinturão Agrícola norte-americano para meados de maio, quando a soja estará sendo plantada na maioria do país", explica a consultoria AgResource Brasil (ARC Brasil).

O final de semana, ainda segundo as previsões divulgadas pela consultoria, deverão ser de mais chuvas para o Meio-Oeste americano e, dessa forma, de paciência para o produtor na evolução dos seus trabalhos de campo. 

 As projeções climáticas para os Estados Unidos preocupam os produtores do país. Com um padrão bem chuvoso e frio, além de possíveis atrasos no plantio, dificuldades nas taxas de germinação devido temperaturas e encrostamento do solo poderá impactar o estande das culturas de milho e soja. |

Argentina continua agressiva nas exportações de biodiesel. O futuro da oferta e demanda norte-americana de biocombustíveis é incerta, até o momento. Com uma produção de 11 milhões de galões inferiores ao ano passado, para o mês de fevereiro (total de 94 milhões de galões produzidos no mês) |

Fundos na soja dão uma "desacelerada" no ritmo de vendas. Com 3 mil contratos vendidos adicionados, fundos se mostram sensíveis aos rebotes do mercado. 

Chuvas nos EUA

Nesta semana, o mercado ainda pôde contar com as boas informações da demanda - principalmente pela soja norte-americana, que é mais competitiva neste momento - dando suporte aos preços na CBOT. E assim, no acumulado, as baixas entre as principais posições ficaram entre, somente, 0,03% e 0,16%. 

Em seu relatório semanal de vendas para exportação, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe um novo volume surpreendente de mais de 800 mil toneladas - recorde das últimas dez semanas - e elevou o total já comprometido pelo país a 56,43 milhões de toneladas somente nesta temporada 2016/17, há pouco mais de três meses para o seu término. O USDA, entretanto, traz em sua última projeção as exportações americanas em 55,11 milhões de toneladas. 

O importante a partir de agora, portanto, é acompanhar o ritmo dos embarques nos Estados Unidos para conferir se todas essas vendas serão confirmadas. Do total da safra velha já comprometido, já foram embarcadas 49,28 milhões de toneladas, contra 41,92 milhões do mesmo período e o ritmo de ambas as operações - vendas e embarques - surpreende. "E devemos continuar atentos aos embarques, porque isso é o que vale efetivamente", explica Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.

Mercado Brasileiro

No Brasil, a semana registrou um volume melhor de negócios, porém, ainda abaixo do normal para este período do ano comercial. Os preços, apesar de uma ligeira recuperação trazida pelo dólar - que voltou a testar os R$ 3,20 diante da turbulenta cena política brasileira, ainda são insuficientes para motivar vendas mais expressivas. 

No interior do país, os ganhos entre as principais praças de comercialização chegou a bater em 7,84% - ou R$ 4,00 por saca - como foi o caso de São Gabriel do Oeste, onde o preço encerrou a semana nos R$ 55,00. Nos portos, as referências ficaram entre R$ 66,00 por saca - em Imbituba - a R$ 68,80, no futuro de Rio Grande, referência junho/17. 

Segundo Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, em Genebra (Suíça) a semana está globalmente aquecida para os grãos. De terça para quarta-feira, houve um movimento bom de negoócios. Do porto de Paranaguá, sairam de 25 a 30 mil toneladas, mas depois que o mercado voltou a cair, esse volume, que é considerado de razoável a fraco, deu uma acalmada. "Quando Chicago subir, podemos ver mais negócios porque produtores e empresas se interessam a vender e os compradores batem o martelo".

Com o mercado de prêmios, os vendedores conseguiram preços de até R$ 70 para pagamento de julho. Esse preço chama a atenção e pode se tornar uma tendência, sendo ofertado já para o início de junho.

Veja a íntegra da entrevista de Biegai ao Notícias Agrícolas:

>> Aumentam os negócios com a soja no mercado físico brasileiro, mas movimento da semana ainda é considerado fraco

No Brasil clima ideal aumentará produtividade da safrinha

Janela de chuvas no Centro Oeste do Brasil chega ao fim já nos próximos dias. A safrinha brasileira foi beneficiada por um cenário climático perto do ideal para o desenvolvimento do milho, sorgo, feijão, girassol e etc. Produtividades fortes são esperadas para a colheita que deve começar ao final de maio e meados de junho nas regiões que tiveram um plantio precoce.

Na Argentina a ausência de chuvas libera espaço para o progresso da colheita no país. Um novo evento de precipitações é esperado para o dia 3 de maio ao lado Leste da Argentina, e um ritmo de colheita mais sucinto é esperado para o período.

Nos Estados Unidos as chuvas deste fim de semana devem interromper grande parte dos produtores que estão avançando com o plantio do milho e soja.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas + AGResources

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