Soja sobe até 3% no Brasil nesta 3ª feira com dólar e clima nos EUA puxando futuros em Chicago

Publicado em 27/06/2017 18:20

Nesta terça-feira (27), os preços da soja subiram de forma quase generalizada no mercado brasileiro. A junção da alta do dólar frente ao real e do pregão positivo na Bolsa de Chicago deram espaço para ganhos de 0,44% a até 3,51% entre as principais praças de comercialização e os portos brasileiros. 

A soja disponível ficou em R$ 68,80 no terminal de Paranaguá, com uma alta de 1,46%, e com R$ 68,80 em Rio Grande, subindo 1,62%. Já em Santos, o preço teve alta de 1,03% para R$ 68,50 e de 0,44% para R$ 68,60 em Imbituba/SC. 

No interior do país, as referências passaram a atuar entre R$ 52,00 e R$ 67,00 por saca nas principais regiões produtoras do Brasil. 

Apesar disso, "os preços no mercado interno ainda estão bastante comedidos", explica o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. "Um ou outro vendedor vem a mercado, participando mais por necessidade de caixa e quem não precisa está segurando para ver o que acontece nos próximos 10 a 15 dias", complementa. 

A opinião é compartilhada pelo analista de mercado da AgResource Brasil, Matheus Pereira. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, direto de Chicago, ele lembra que este é um período delicado, de intensa especulação e que vai exigir estratégia do produtor rural brasileiro. 

"Vimos de duas safras cheias no ano passado, estoques em níveis recordes, por isso temos que trazer uma visão bem sensata para o produtor rural. Devemos aproveitar momentos especulativos, qualquer tendência a longo prazo ela deve ser bem alterada simplesmente por uma reviravolta do clima nos Estados Unidos. Então, se essa meteorologia de temperaturas mais altas e chuvas mais amenas se confirmar, vamos aproveitar essas altas do mercado, essa alta do dólar", complementa. 

Mercado Internacional

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam com altas de 4 a 5 pontos entre os contratos mais negociados, com o julho/17 fechando em US$ 9,11 e o novembro/17, referência para a safra americana, com US$ 9,17 por bushel. 

Para Motter, as baixas da última semana foram encaradas como um "limite" pelo mercado e, portanto, além do estímulo do clima no Corn Belt e da redução do índice das lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA para 66% na última segunda-feira (26) há ainda um ajuste entre as cotações.

Assim, os traders já se posicionam frente aos novos boletins climáticos, principalmente os referentes à próxima semana, quando começa julho - um dos meses chaves para a produção de soja e milho norte-americana, com as lavouras entrando na fase de polinização, floração e enchimento de grãos. 

"Havendo uma combinação de fatores climáticos que possam atrapalhar a safra norte-americana, os prêmios climáticos poderiam entrar em jogo", acredita o analista da Granoeste.

Paralelamente, atenção ainda aos novos reportes que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz ainda nesta semana, incluindo as vendas para exportação, estoques trimestrais e área da safra 2017/18. 

A questão da oferta futura será o grande fator que irá direcionar o mercado neste momento. Ou seja: o mercado climático é visto em primeiro lugar. Apenas em um segundo momento, os estoques serão observados, salienta Motter.

Dólar

O dólar subiu, na sessão desta terça-feira, 0,51% para fechar o dia com R$ 3,3185. Na máxima do dia, a divisa alcançou os R$ 3,3348 e segue caminhando ao redor da cena política interna. "A tendência é de desvalorização do real, já que a chance de passar a reforma da Previdência é cada vez menor", disse à agência de notícias Reuters o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin. 

Leia mais:

>> Dólar sobe ante real com risco político após denúncia contra Temer

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário