Soja: Final da semana surpreende e CBOT fecha com quase 20 pts de alta com dólar, clima e petróleo

Publicado em 17/11/2017 18:03

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Os futuros da soja surpreenderam no final da sessão desta sexta-feira (17) e fecharam o dia com altas de quase 20 pontos entre as posições mais negociadas na Bolsa de Chicago. Com esse avanço e depois de uma semana de variações tímidas e limitadas, o ganho acumulado ficou entre 0,35% e 0,40%. 

Assim, as cotações retomaram a casa dos US$ 10,00 por bushel, com exceção do janeiro/18, que fechou em US$ 9,90. Já o maio/18, referência para a safra brasileira, foi a US$ 10,11.

Mais uma vez, uma conjunção de fatores contribuiu para esse avanço expressivo da commodity - que liderou a alta no mercado de grãos na CBOT nesta sexta - e, entre eles, permanecem algumas dúvidas sobre a questão do clima na América do Sul. A Argentina começa a se destacar, principalmente pela possibilidade de ser impactada de forma mais severa pelo La Niña. 

"Além disso, com as previsões do fenômeno La Niña a partir do verão, os fundos especulam sobre a possível redução das chuvas na Argentina com possibilidades de alcançar o Rio Grande do Sul, o que fez com que eles aproveitassem essa oportunidade para comprar, e com isso, o mercado também acabou colocando o famoso Weather Premium (Prêmio Clima)", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. 

E como explicam os analistas, neste momento em que a demanda se mostra muito forte e em crescimento, quaisquer riscos de oferta que possam vir a aparecer e promover uma especulação no mercado ajudam a promover uma movimentação mais aquecida dos preços no mercado futuro norte-americano.

Ainda nesta, segundo analistas e consultores, o mercado internacional também se valeu de informações de que a China teria comprado 10 navios de milho e 20 navios de etanol dos Estados Unidos para apostar mais nas altas. 

Paralelamente, o expressivo avanço dos preços do petróleo de mais de 2% nas bolsas e Nova York e Londres e um novo recuo do dólar também contribuíram para a subida das cotações. O dólar index fechou com queda de 0,33%. 

No Brasil, a divisa fechou com baixa de 0,59% e valendo R$ 3,2612, depois de bater em R$ 3,2551 na mínima do dia. Na semana, o recuo acumulado também foi de 0,59% e, nas últimas duas semanas, sobe para 1,39%. 

"O feriado de segunda-feira (do Dia da Consciência Negra comemorado em São Paulo) levou alguns investidores a montarem posições mais defensivas pela manhã, mas o movimento foi superado pelo avanço firme do petróleo à tarde, que impulsionou as moedas emergentes e aqui acompanhou", resumiu o diretor da Correparti Corretora Jefferson Rugik à agência de notícias Reuters.

Véspera de feriado e seca na Argentina deram a tendencia de alta na CBOT (segundo a AGResources)

A recuperação aqui na CBOT hoje foi acentuada com a volta de especulações no Mercado. Nesta manhã de sexta-feira os operadores, depois de dias apáticos, tiveram a notícia que a China havia comprado de 5 a 10 cargueiros de milho norte-americano e de 12 a18 de etanol. O Mercado, tensionado pela falta de notícias, regiu imediatamente as informações, e sairam cobrindo posições vendidas.

Além disso, existe a costumeira tendência de alta observada às vésperas do feriado de Ação de Graças (Thanksgiving). Após o encerramente da colheita nos Estados Unidos, os produtores do país reduzem significantemente o interesse de venda do seu grão físico. Este movimento sempre causa ansiedade dos exportadores estadunidenses, como foi visto nos dois últimos anos, e pode ser observado novamente  na próxima semana. 

Na Argentina, as condições climáticas começam a preocupar cada vez mais. O país é o principal exportador de farelo de soja no mundo, e qualquer ameaça para o bom desenvolvimento da safra pode colocar a especulação em forte movimento de alta no complexo da soja

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Mercado Brasileiro

O avanço intenso dos futuros da soja em Chicago teve impacto limitado para os preços brasileiros, porém. A queda do dólar, como quase sempre acontece, neutralizou parte dessa força e, no balanço semanal, a maior parte das praças de comercialização encerrou seus negócios em campo negativo. Nos portos, as referências permaneceram estáveis. 

Tanto em Rio Grande, quanto em Paranaguá, a soja disponível fechou a semana com R$ 73,00 e R$ 74,00 por saca, respectivamente. Para a safra nova, ganho de R$ 0,50 no terminal paranaense - para r$ 75,00 - e estabilida dem R$ 76,50 no gaúcho. 

No interior, as perdas variaram entre R$ 0,50 e R$ 2,00 por saca, com exceção de Ponta Grossa, no Paraná, onde o valor fechou com R$ 72,00.

"A semana termina com mercado lento no Brasil, notamente por causa do feriado. Existe também o sentimento de que os preços caminham para premiar aqueles que resistem em manter estoques para vender no pico da entressafra", explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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