Soja: Preços sobem no interior do Brasil mesmo com estabilidade na CBOT e sem referência do dólar

Publicado em 20/11/2017 17:14

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Os preços da soja no mercado brasileiro registraram uma segunda-feira (20) de reação, mesmo diante das ligeiras baixas observadas na Bolsa de Chicago. No interior do Brasil, algumas praças chegaram a registrar até 2,10% de alta, como foi o caso de Castro, no Paraná, onde a saca encerrou os negócios a R$ 73,00. 

Os ganhos mais expressivos foram, de fato, apresentados pelas praças da região Sul do Brasil, com referências que variam de R$ 62,50 a R$ 73,00 por saca. No Centro-Oeste, sem a refeência do dólar em função do feriado do Dia da Consciência Negra comemorado em São Paulo - os indicativos permaneceram estáveis. 

Nos portos, não foram registradas cotações nesta segunda-feira pelo mesmo motivo, apesar de algumas indicações de algo entre R$ 73,50 e R$ 74,00 por saca no terminal de Paranaguá. 

Ainda assim, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group, de Genebra, os produtores brasileiros devem estar atentos às oportunidades que o mercado internacional pode trazer, com alguns repiques de preços, aproveitando as cotações na casa dos US$ 10,00 por bushel, mesmo que de forma escalonada.

E a atenção dos sojicultores se divide, neste momento, às suas necessidades de comercialização e ao desenvolvimento dos trabalhos de campo. Embora sejam registradas boas condições de clima em boa parte das principais regiões produtoras do Brasil, ainda há pontos em que a safra 2017/18 apresenta alguns problemas. 

No Noroeste do Paraná, por exemplo, em função de sérias adversidades climáticas, os produtores tiveram de replantar suas lavouras até duas vezes, considerando fazer pela terceira. A viabilidade financeira e a janela para o milho safrinha, porém, não permitem essas ações, como explica o produtor rural de Doutor Camargo, Ildefonso Ausec. Em determinados pontos, já há 20% de perda de produtividade. 

Em Mato Grosso, por outro lado, o plantio da soja 2017/18 já havia sido concluído, até a última sexta-feira (170 em 90,73%, segundo números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). A média dos últimos cinco anos para esse período é de 95,5%. 

Bolsa de Chicago

Nesta segunda-feira, os futuros da soja atuaram o dia todo do lado negativo da tabela, mas, novamente com oscilações bastante tímidas. Assim, fecharam este primeiro pregão da semana com pequenos recuos, porém, apenas o janeiro/18 ainda não atua na casa dos US$ 10,00 por bushel, fechando com US$ 9,90.

Já o maio/18, referência para a safra americana, terminou a sessão com US$ 10,10, e o julho/18 marcando US$ 10,19 por bushel. 

Em uma semana mais curta para o mercado futuro norte-americano - comemora-se o feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA nesta quinta-feira (23) - os traders buscam um bom posicionamento diante das informações do clima na América do Sul. 

Como explicam analistas e consultores, essa é uma semana importante para o mercado futuro norte-americano. "Em termos de mercado, o que geralmente se observa é que os produtores  restringem as vendas durante esta semana, provocando nos compradores uma tendência para aumentar seus bids na tentativa de conseguir produto. Na sexta-feira (24) pós-feriado, vencem as opções dezembro e os contratos poderão ficar voláteis", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

O tempo mais seco na Argentina é o que mais chama a atenção dos fundos neste momento, que apostaram, no final da última semana, em prêmios climáticos, dando espaço para os ganhos mais expressivos. Além disso, há ainda um movimento sazonal de alta dos preços antes deste feriado nos Estados Unidos, segundo explicam analistas.

No entanto, mapas atualizados mostram, para os próximos dias, condições um pouco melhores de chuvas para regiões produtoras da Argentina, mas ainda não como necessário. "Prevalecem as incertezas sobre o clima irregular argentino e se o fenômeno La Niña realmente se instala e se persistirá no começo de 2018. O clima ditará os preços", completa Sousa. 

Ainda nesta segunda, nem mesmo os números dos embarques semanais americanos trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) contribuíram para o andamento dos preços. Apesar de fortes, vieram somente dentro das expectativas do mercado. 

O país embarcou, na semana encerrada em 16 de novembro, 2.131,354 milhões de toneladas de soja, contra um intervalo esperado de 1,8 milhão a 2,18 milhões de toneladas. Assim, no acumulado do ano comercial, o total da oleaginosa embarcada é de 19.185,644 milhões de toneladas, abaixo do ano passado, quando eram pouco mais de 21,9 milhões nesse período. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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