Soja sobe e acumula alta de mais de 1% na Bolsa de Chicago após semana de intensa volatilidade

Publicado em 16/03/2018 18:47

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O mercado internacional da soja registrou uma nova semana de volatilidade, porém, engatou três sessões consecutivas de alta e os principais contratos negociados neste momento na Bolsa de Chicago acumularam ganhos de mais de 1%, segundo levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.

Com isso, o vencimento maio/18 terminou os negócios com US$ 10,49 por bushel, enquanto os contratos julho e agosto finalizaram as operações na casa dos US$ 10,60, e o setembro/18 valendo US$ 10,47 por bushel. 

Os futuros da soja chegaram a testar algumas mínimas no início da semana depois que uma pesquisa da consultoria Allendale, Inc. indicou uma projeção de área recorde para o plantio da soja nos Estados Unidos. Os números repercutiram com bastante intensidade ao trazerem 37,27 milhões de hectares , contra 36,42 milhões projetados pelo USDA e acima também do número do ano passado de 36,48 milhões. 

Os traders na sequência, porém, se voltaram aos bons números da demanda pela soja norte-americana que chegaram pelo reporte semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com dados acima das expectativas do mercado e indicando uma retomada, mesmo que ainda tímida e inicial, do ritmo da comercialização norte-americana. 

Além disso, como explicou o analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, as estimativas oficiais do USDA para o plantio norte-americano - sobre o qual já se especula muito, principalmente em relação às condições climáticas para o Corn Belt - serão reportadas somente no final de março. Com isso, até lá, o foco permanece sobre essa força da demanda e a conclusão da safra da América do Sul, principalmente a Argentina. 

Nesta quinta-feira (15), a Bolsa de Comércio de Rosario revisou sua estimativa para a produção de soja do país de 46,5 para 40 milhões de toneladas. Para Cogo, cerca de 30% da safra deve ser perdida - e o país é um o maior exportador mundial de óleo de soja e de farelo - o que poderia fazer a demanda internacional por ambos os produtos migrar ainda mais para outros fornecedores, como os EUA, especialmente, motivando uma melhora de preços e prêmios. 

No link, veja a íntegra da entrevista de Carlos Cogo ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira:

>> Após o susto do meio da semana, soja volta a subir em Chicago com sustentação da quebra na Argentina e demanda forte pelo grão

Mercado Nacional

A semana foi intensa também para a formação dos preços no Brasil e, no balanço, as cotações não seguiram pelo mesmo caminho. O mercado acompanhou as oscilações em Chicago, o tombo dos preços no início da semana e o dólar também volátil. A moeda americana, depois de acumular um ganho de 0,85%, fechou o pregão desta sexta-feira com R$ 3,2789. 

"O avanço do dólar no período foi uma somatória de fluxo de saída, cautela com o protecionismo e agora a proximidade do Fed", afirmou o operador Spinelli Corretora José Carlos Amado à agência de notícias Reuters. "Se confirmar um quarta alta (de juros) pelo Fed, o dólar vai ficar mais sustentado e daqui para a frente a tendência é ficar mais cauteloso com o início das discussões mais intensas das eleições (no Brasil)", acrescentou.

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>> Dólar fecha 4ª semana seguida de alta sobre o real de olho em cena externa

A soja disponível negociada no porto de Paranaguá fechou a semana com alta de 0,76% e valendo R$ 80,00 por saca, mesma referência para o produto com indicativo maio/18, mas o qual cedeu 0,62%. Em Rio Grande, a oleaginosa disponível foi a R$ 78,70, com baixa de 0,25% e a futura a R$ 79,30, caindo 0,50%. 

Para o produtor brasileiro, ainda segundo Carlos Cogo, os atuais patamares de preço são "excepcionalmente bons" e aqueles que não desejam esperar para fazer novos negócios não vão se arrepender. Ele recomenda ainda a estratégia de vender uma parcela pequena para cobrir os custos de imediato para a safra seguinte e continuar com a comercialização parceladamente.

Além disso, o sojicultor brasileiro divide suas atenções entre o mercado e os trabalhos de campo neste momento, com a necessidade de finalizar sua colheita. 

As chuvas dos últimos dias e as pevistas para os próximos têm motivado os produtores brasileiros de soja a avançarem com a colheita e evitar perdas que possam ser ocasionadas em função do excesso de umidade. 

Com os trabalhos de campo concluídos em 58% da área semeada desta temporada, de acordo com números da consultoria AgRura os sojicultores, principalmente da região do Matopiba devem estar atentos à intensificação das chuvas que começa a ser observada a partir desta quinta-feira, 22 de março, de acordo com informações do Inmet.

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>> Fortes chuvas previstas para a próxima semana podem parar colheita no Brasil

AGResources: chuvas chegam à Argentina

Nenhuma grande mudança foi observada nos mapas climáticos atualizados na sexta-feira para a América do Sul. As chuvas para a Argentina chegaram nesta quinta à noite, regando uma grande parte da região Nordeste e Norte do país. Ainda há algumas precipitações residuais, porém de boa significância para as próximas 72 horas, para as mesmas áreas. 

Os mapas para os próximos 5 dias retraem a quantidade total de chuvas projetadas, uma vez que índices pluviométricos já foram descontados nas últimas 24 horas.

No Rio Grande do Sul, os mapas continuam molhados para todo este fim de semana. O lado sul do estado, que sofre com a seca semelhan- te a Argentina, agora é regado com totais acima dos 25mm, minimizando perdas e recuperando a umidade no solo. No Centro do Brasil, as chuvas voltam a se concentrar sobre Mato Grosso, Goiás e todo MATOPIBA.

Assim como publicado no Aplicativo ARC no começo desta semana, a Agência de Meteorologia da Austrália atualizou as previsões do NINO34 para os próximos 7 meses. Desde fevereiro, o atual La Niña vinha perdendo força de atuação sobre o oceano Pacífico Equatorial. Agora, o modelo australiano confirma a dissipação quase que total do La Niña, já no fim de março

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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