Compras de soja da safra 2020 começam antecipadamente em MT, diz Imea

Publicado em 11/03/2019 22:33

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SÃO PAULO (Reuters) - Com operadores visando aquisições, a comercialização da safra de soja 2019/20, que será colhida somente em 2020, começou antecipadamente em Mato Grosso, afirmou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Os produtores já venderam 2,45 por cento da safra do próximo ano estimada hipoteticamente em 31,9 milhões de toneladas (mesmo número da atual), segundo o órgão ligado à federação dos agricultores do Estado, maior produtor brasileiro de grãos.

Na mesma época do ano passado, o Imea ainda não registrava vendas para a safra futura.

Para 2019/20, o Imea apontou negócios com um preço médio mensal de 66,94 reais/saca, valor mais alto do que o registrado na safra atual.

"Deste modo, o produtor deve ficar atento às oportunidades que surgem no mercado para realizar seus negócios", ressaltou o instituto.

O Imea também indicou um avanço nas vendas da safra que está sendo colhida (2018/19).

A comercialização avançou 7,45 pontos percentuais, alcançando 61,29 por cento da produção no Estado.

"A evolução nos negócios pode ser justificada pela valorização da moeda americana e nos prêmios nos portos brasileiros, em conjunto com a necessidade dos produtores em escoar a safra...", disse o Imea, destacando que fevereiro é o período de pico da colheita no Estado.

O preço médio mensal das vendas aumentou 4,52 por cento em relação a janeiro e fechou em 63,81 reais/saca.

A colheita de soja em Mato Grosso entrou na reta final e já apresenta 94,85 por cento da área colhida, afirmou o instituto.

MILHO

Já a comercialização de milho de Mato Grosso da safra 2018/19 avançou 6,36 pontos no último mês, chegando a 52,90 por cento da produção estimada.

"As negociações foram pautadas nos momentos em que as cotações na bolsa de Chicago e do dólar apresentavam recuperação, além disso, empresas continuam comprando para garantir posicionamento no mercado", disse o Imea, apontando preço médio de 21,01 reais/saca no último mês.

Contratação de crédito do Plano Safra acumula alta de 12%, a R$ 119,5 bi

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SÃO PAULO (Reuters) - A contratação de crédito rural do Plano Safra 2018/19 acumulou 119,5 bilhões de reais entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, uma alta de 12 por cento em relação a igual período na temporada 2017/18, informou nesta segunda-feira o Ministério da Agricultura.

Segundo dados da pasta, a contratação de financiamento empresarial no período somou 101,6 bilhões de reais, equivalente a 53 por cento do total disponibilizado e uma alta de 11 por cento na comparação anual.

Na agricultura familiar, por sua vez, houve avanço de 21 por cento na contratação, para 17,9 bilhões de reais, ou 67 por cento do ofertado.

Conforme a pasta, as contratações se concentraram nas modalidades de custeio, comercialização e industrialização, que somaram juntas 79,4 bilhões de reais. Em seguida, o maior volume é o de investimentos, com 22,2 bilhões de reais.

As maiores altas observadas foram no Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Prodecoop), com 217 por cento, para 791 milhões de reais, e no Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro), com 136 por cento, para 786 milhões de reais.

De acordo com dados da Secretaria de Política Agrícola da pasta, foram ofertados 217,73 bilhões de reais para agronegócio e agricultura familiar em 2018/19, dos quais 55 por cento foram utilizados.

O ministério ainda afirma que até agora na atual safra o avanço na contratação pela atividade agrícola foi de 13 por cento e pela pecuária, de 5 por cento.

Amaggi e tradings ABCD consideram assumir BR-163 e Ferrogrão

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SÃO PAULO (Reuters) - As quatro grandes tradings de commodities agrícolas do mundo e a brasileira Amaggi poderiam tornar-se operadoras da BR-163, no trecho da rodovia que liga o cinturão de grãos do país aos portos do Norte, ao mesmo tempo que consideram um investimento em uma ferrovia a ser construída na região.

Segundo a EDLP, empresa de desenvolvimento de negócios de infraestrutura e logística, a Archer Daniels Midland (ADM), a Bunge, a Cargill, a Louis Dreyfus e a Amaggi encomendaram um estudo técnico sobre a concessão, por um período de 10 anos, de um trecho de 968 quilômetros da BR-163, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).

Essa rodovia é a principal rota de escoamento de grãos até os portos do chamado Arco Norte, responsável por 28 por cento das exportações brasileiras de soja e milho em 2018, dobrando sua participação nos últimos oito anos.

ADM, Bunge, LDC e Amaggi não responderam imediatamente às solicitações de comentários. A Cargill direcionou questionamentos à EDLP.

Roberto Meira, diretor da EDLP, disse à Reuters que o modelo proposto para entregar a rodovia a investidores privados será apresentado ao governo ainda nesta semana. O plano envolveria convencer o governo a oferecer uma concessão de dez anos da estrada, muito mais curta do que o período típico de 20 a 30 anos dos projetos que estão próximos de ir à leilão.

O Ministério da Infraestrutura já disse que pretende buscar um concessionário para operar a rodovia BR-163, mas os detalhes ainda precisam ser anunciados.

O menor prazo se daria pelo fato de que os grãos transportados por caminhão seriam gradualmente migrados --a partir de 2025-- para a ferrovia Ferrogrão, que seguiria uma rota similar à BR-163, disse Meira.

O secretário de privatizações do governo disse em janeiro que o projeto ferroviário Ferrogrão poderia estar pronto para ser licitado este ano ou no início de 2020.

Meira disse que as tradings de grãos poderiam investir capital próprio tanto no projeto da rodovia quanto no da ferrovia, embora a concorrência possa atrair outros investidores.

Ele disse que as companhias esperam fazer investimentos logísticos para cortar custos e reduzir os problemas relacionados ao transporte de grãos no sentido norte enquanto a ferrovia não é construída.

Todos os anos, longas filas de caminhões se formam em certas cidades nos Estados de Mato Grosso e Pará, devido ao mau estado da BR-163.

Na semana passada, dois portos no Pará ficaram quase sem soja devido a fechamentos na rodovia BR-163 depois que chuvas e tráfego pesado bloquearam trechos da estrada, reforçando os gargalos de infraestrutura do maior exportador de soja do mundo.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse recentemente que os trechos não pavimentados da BR-163, que geraram os problemas na semana passada, deverão ser asfaltados ainda este ano, o que permitiria o melhor escoamento da safra do próximo ano.

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Fonte:
Reuters

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