Prêmios para a soja no Brasil continuam sustentados mesmo após acordo China x EUA

Publicado em 16/01/2020 17:20

O mercado da soja terminou mais uma sessão em baixa na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (16). Os futuros da oleaginosa deram continuidade ao recuo iniciado no pregão anterior, quando não reagiram bem ao anúncio oficial da primeira fase do acordo entre China e Estados Unidos. 

Assim, as cotações fecharam o dia com perdas de pouco mais de 4 pontos nos principais contratos, levando o março a US$ 9,24 e o maio a US$ 9,37 por bushel. E o mercado operou, durante todo o dia, em campo negativo. 

Não só os números da soja recuaram nesta quinta, mas milho, trigo - também na Bolsa de Chicago - açúcar, café e algodão na Bolsa de Nova York também encerraram seus negócios no vermelho. As incertezas e dúvidas sobre os termos acordados entre chineses e americanos mantêm o mercado cautelo e ainda na defensiva. 

Como explica o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, os traders precisam de novas, efetivas e robustas compras da China nos EUA para que o preço reagisse de alguma outra forma. E considerando que está mantida a taxa de 25% da nação asiática sobre a soja americana, sua competitividade permanece menor. 

Além disso, está pré estabelecido no texto que a China irá fazer suas compras de acordo com as condições do mercado. Mais do que isso, não estão definidos ainda volumes necessários de compra ou algo que se refira a cotas de importação de soja. 

MERCADO BRASILEIRO

Por hora, os preços da soja no mercado brasileiro seguem contando com alguma estabilidade. "Os prêmios aqui no Brasil não recuaram nenhum centavo, nem ontem e nem hoje. E podem até subir caso a China aumente os volumes de compra por aqui", diz Cogo. 

Há relatos de que a nação asiática segue fazendo compras na América do Sul, especialmente no Brasil, dadas as melhores condições de preços por aqui. Dados levantados pela ARC Mercosul mostram que, para março, por exemplo, a tonelada da soja no porto de Paranaguá marca US$ 359,60 por tonelada, enquanto no Golfo dos EUA esse valor é de US$ 368,60. 

Assim, a análise da consultoria é de que "a demanda chinesa pela soja brasileira não deverá ser ameaçada desde que os preços para exportação se mantenham competitivos". 

Como mais um fiel da balança, há ainda o dólar na conta da formação dos preços da soja brasileira e esse ainda tem sido um fator que traz vantagem ao produtor brasileiro. Nesta quarta, a moeda americana voltou a subir e chegou a superar os R$ 4,20, renovando seu recorde. 

A moeda americana terminou o dia na máxima de seis semanas e valendo R$ 4,1912. Os operadores, segundo informou a agência de notícias Reuters, " ainda à espera de sinais mais concretos de melhora da economia e de retorno de ingressos de recursos".

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>> Dólar fecha em máxima em 6 semanas depois de superar R$4,20 com demanda por proteção

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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