Soja fecha com portos estáveis no Brasil nesta 4ª mesmo com recuo de Chicago e do dólar

Publicado em 22/01/2020 17:55

O mercado da soja voltou a recuar na Bolsa de Chicago e terminou o pregão desta quarta-feira (22) com leves baixas. Os futuros da commodity perderam pouco mais de 2 pontos, levando o março a US$ 9,13 e mantendo o julho ainda abaixo dos US$ 9,50, fechando com US$ 9,41. 

No mercado brasileiro, o dólar também recuou e fechou o dia com US$ 4,17, o que contribuiu para preços equilibrados da oleaginosa. Nos portos, os preços se mantiveram estáveis com indicativos de R$ 88,00 em Paranaguá e R$ 87,30 em Rio Grande, no disponível. Para março, as referências permaneceram em R$ 87,00 e R$ 86,00 por saca, respectivamente. 

No interior, acompanhando as realidades regionais, algumas praças de comercialização registraram altas de mais de 1%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, para R$ 77,00, ou Brasília, para R$ 76,00. Boa parte das praças de Mato Grosso pesquisadas pelo Notícias Agrícolas também registraram altas, com os preços ainda oscilando entre R$ 73,00 e R$ 77,00 por saca. 

O mercado no Brasil segue muito atento ao comportamento da demanda - que se mantém concentrada aqui e também pressiona as cotações na Bolsa de Chicago. Os novos negócios, no entanto, são pontuais. 

"Os produtores vêm segurando as vendas à espera de um rumo que ainda não se definiu, mas dá sinais positivos em cima da demanda da China que deve
voltar a crescer depois do feriado do Ano Novo Lunar do país que termina no final da semana", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, as cotações terminaram o dia com pequenas baixas ainda pressionada pela falta de novidades sobre a demanda chinesa. 

Leia mais:

>> China vai continuar comprando soja onde estiver mais barato e reafirma condições em Davos

Os futuros da oleaginosa vieram acumulando baixas consideráveis desde a divulgação da fase um do acordo comercial entre chineses e americanos na semana passada. A falta das compras por parte da China nos EUA pressionaram as cotações, que agora tentam se recuperar. 

Somente de 15 a 21 de janeiro, os futuros da soja acumularam uma baixa de mais de 1% em seus três primeiros vencimentos. O março foi a US$ 9,16 - caindo 1,29% - o maio a US$ 9,29 - perdendo 1,38%  - e o julho a US$ 9,43 - com queda de 1,15%. 

As notícias, no entanto, ainda não mudaram. E a proximidade do feriado do Ano Novo Lunar na nação asiática - o mais longo e importante do país - pode manter os negócios em um ritmo ainda limitado nos próximos dias, principalmente no mercado norte-americano. 
 
Embora o conflito esteja no centro das atenções, o início da chegada da oferta brasileira e o cenário político e econômico também responde por parte da pressão que é sentida pelas cotações. 
 
"Pesam sobre o potencial de rally o atual quadro geopolítico/econômico mundial, a colheita da safra da América do Sul e o surto de um novo vírus mortal afetando humanos", explica o consultor de mercado Steve Cachia, da AgroCulte e Cerealpar. Assim, ainda segundo o executivo, "o mercado continua sendo muito afetado por ajustes técnicos provocados por fatores não tradicionais, que também são a razão pelo nível alto do dólar no Brasil".

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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