Soja cai mais de 2% em Chicago, em dia de perdas generalizadas, mas BR tem suporte no dólar

Publicado em 01/04/2020 13:52

A soja intensifica suas baixas registradas na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (1) diante, principalmente, de uma volta agressiva da aversão ao risco entre os principais mercados mundo a fora. Por volta de 13h30 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 16 e 21 pontos - ou mais de 2% - nos contratos mais negociados, com o maio de volta aos US$ 8,64 por bushel. 

As commodities agrícolas caem de forma generalizada neste pregão, não só na Bolsa de Chicago, mas também de Nova York, acompanhando os mercados financeiros, que cedem às inúmeras incertezas geradas pela pandemia do coronavírus. Enquanto isso, no Brasil o dólar sobe frente ao real e renova sua máxima histórica, superando so R$ 5,25 e servindo como um colchão para os preços da soja nacional e demais produtos exportados. 

Os mercados todos, mundo a fora, começam um novo trimestre pressionados pelos preocupantes resultados do anterior, e diante das notícias preocupantes, principalmente, vindas dos EUA. Na noite de ontem, o presidente Donald Trump afirmou que os americanos têm de estar preparados para as próximas duas semanas, que deverão ser bastante dolorosas e com o país podendo contabilizar ao menos 240 mil vítimas pela Covid-19.

O que traz balanço e equilíbrio ao mercado é a demanda chinesa, que dá sinais de melhora no mercado norte-americano já há alguns dias. Como explica o analista de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity Consultoria, a China vem às compras para construir seus estoques diante de receios de qye a logística possa começar a comprometer o abastecimento em seus maiores fornecedores, que são Brasil e Estados Unidos. 

"Apesar do suporte da expectativa de demanda forte e com a China voltando aos poucos a funcionar, a crise do Covid-19, que ainda está no auge na Europa e prometendo se alastrar rapidamente nas Américas nos próximos 15 dias deixam traders na defensiva", explica Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da AgroCulte. "O dia amanheceu negativo e pesado e o mercado precisa urgentemente de novidades boas em relação a cura e/ou vacina para voltar a operar em cima dos tradicionais fatores de oferta e demanda", completa.

Além disso, Cachia explica ainda que o outros fatores que pressionam as cotações são os baixos preços do petróleo - que hoje voltam a ceder e recuam mais de 1% na Bolsa de Nova York, assim como todas as commodities - e os rumores de que as condições logísticas na Argentina voltam, aos poucos, à normalidade. 

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Por: Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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