Exportações brasileiras de soja para China caem em março; R$ 110 p/agosto Paranaguá

Publicado em 24/04/2020 16:39 e atualizado em 26/04/2020 16:33

PEQUIM (Reuters) - As importações de soja do Brasil feitas pela China em março caíram 24,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, mostraram dados alfandegários publicados neste domingo, depois que as chuvas atrasaram os embarques.

A China, maior comprador de soja do mundo, importou 2,1 milhões de toneladas de soja do Brasil em março, ante 2,79 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas.

As chuvas no Brasil no final de fevereiro atrasaram a colheita e a exportação da commodity, levando a baixos estoques recordes de soja e farelo de soja na China. Algumas trituradoras de soja foram forçadas a restringir as operações devido à escassez de oferta.

Os compradores chineses também compraram menos cargas para março porque estavam esperando a desaceleração típica da demanda observada após o feriado do Festival da Primavera.

No entanto, os embarques dos Estados Unidos atingiram 1,71 milhão de toneladas em março, ante 1,51 milhão de toneladas do ano passado.

As importações totais de soja da China em março caíram 13% em relação ao mesmo mês do ano passado, atingindo o menor nível em mais de cinco anos, de acordo com dados alfandegários na publicados na terça-feira.

A China importa soja para triturar em farelo de soja para alimentar o setor pecuário e para preparo de óleo de cozinha.

Os embarques de soja para a China em abril e nos próximos meses devem aumentar à medida que as condições climáticas melhorarem no Brasil e as cargas reservadas dos Estados Unidos sob o acordo comercial da Fase 1 chegarem.

A China comprou mais cargas de soja dos EUA na terça-feira e planeja aumentar suas reservas estaduais com as colheitas dos EUA.

Soja quebra todos os recordes no Brasil e supera os R$ 110 no sobre-rodas posto Paranaguá/agosto

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Soja: Semana volátil, de explosão do dólar e preços recordes para o mercado do Brasil

 

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Como não poderia deixar de ser, os preços da soja quebraram todos os recordes nesta sexta-feira (24) e superou os R$ 110,00 por saca na referência chamada sobre rodas para agosto de 2020. Nos melhores  momentos do dia, os indicativos chegaram aos R$ 112,50 com pagamento para 1º de setembro, segundo informações da Agrinvest Commodities. 

"A referência do sobre rodas em Paranaguá torna-se realidade e já é comercializada acima dos R$110/saca para agosto deste ano. A alta do dólar e dos prêmios foram os principais fatores para a forte alta da oleaginosa no mercado brasileiro", explicou o analista da Agrinvest, Marcos Araújo.

A moeda norte-americana renovou suas máximas nesta sexta-feira, chegando a testar níveis acima de R$ 5,70 ao longo do dia. A saída de Sérgio Moro do Ministério da Agricultura foi anunciada hoje pelo próprio e serviu como combustível para a escalada da moeda norte-americana, que já vinha subindo. 

A conturbada cena política já vinha ampliando o espaço para tal valorização do dólar  cena intensa e conturbada da política brasileira e que agora se agravou ainda mais. 

O momentou intensificou ainda o ritmo das vendas de soja aqui no Brasil, tanto da safra 2019/20, quanto da 2020/21. Dessa forma, parte das baixas observadas na Bolsa de Chicago no pregão desta sexta-feira, que terminou com perdas de pouco mais de 6 pontos entre os principais vencimentos. 

A alta do dólar fortalece ainda mais a competitividada da soja brasileira e atrais os importadores pela vantagem cambial. Além disso, a qualidade melhor do produto brasileiro é mais mais um diferencial frente aos demais concorrentes. 

Esse protagonismo da soja do Brasil acabou ganhando mais espaço do que mais compras que a China fez nos EUA nesta sexta. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou novas vendas de soja para a China nesta sexta-feira (24) de 136 mil toneladas. 

O volume é todo da safra 2019/20 e este é o terceiro anúncio do departamento nesta semana e o total das compras da nação asiática chega a 606 mil toneladas. 

Ainda nesta sexta-feira, o USDA trouxe vendas de soja também para o México de 125 mil toneladas, sendo 39 mil da safra 2019/20 e 86 mil da safra 2020/21. Os mexicanos compraram ainda 589,395 mil toneladas de milho dos EUA, sendo 369,9 mil toneladas da atual temporada e 219,795 mil da nova. 

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Por: Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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