Soja sobe mais de 2% na Bolsa de Chicago e foca clima preocupante nos EUA

Publicado em 17/08/2020 13:59

O mercado da soja na Bolsa de Chicago vem intensificando suas altas na sessão desta segunda-feira (17) e, por volta de 13h50 (horário de Brasília), subia mais de 2% entre as posições mais negociadas. O contrato novembro tinha US$ 9,15 e o março/21, US$ 9,21, e as altas variavam entre 11,25 e 12,25 pontos. 

O clima nos EUA tem se mostrado um dos principais combustíveis para as cotações internacionais, ainda mais depois da tempestade 'derecho' da semana passada, que devastou inúmeras lavouras, principalmente de milho. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras nesta segunda-feira (17), às 17h (Brasília), depois do fechamento do mercado. A expectativa dos traders é de que depois do vendaval e da tempestade da última terça-feira (11) haja uma redução de 2% no índice de lavouras de soja e, principalmente de milho, em boas ou excelentes condições. 

Os estragos mais graves foram registrados no estado de Iowa. Campos quase prontos de milho foram acamados, muitas árvores caíram, milhões de pessoas ficaram sem energia, muitos silos foram destruídos e as cidades também registram bastante áreas destruídas.

Leia Mais:

+ USDA pode reduzir 2% no índice de lavouras de soja e milho em boas condições após tempestade

Além do clima, a demanda também tem sido importante catalisador para os preços.  O mercado espera por novas compras da China podendo acontecer nos EUA nos próximos dias. O consumo continua crescendo e o abastecimento até o final de 2020 deve ser complementado. 

"A semana tende a começar agitada. O foco está nos fundamentos do soja e milho. Especuladores antecipando redução na produvitidade no centro-oeste americano devido a estragos provocados pela tempestade Derecho, a dificuldade no momento é de quantificar as perdas. Além do mais, comentários que o produtor americano pode ter optado por acionar o seguro e nao ter plantado tudo que planejava devido a alguns problemas climáticos", epxlica o consultor de mercado Steve Cachia, da Cerealpar.

MERCADO BRASILEIRO

Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, esta semana deverá, mais uma vez, ter foco no mercado interno e na demanda pela indústria processadora que segue forte e pagando para garantir que a pouca oferta de soja disponível permaneça no país. 

"O mercado da soja da safra atual deve perder ritmo nos negócios nos portos porque os níveis internos vão seguir pagando mais e assim os negócios que aparecerem devem se concentrar no interno e pouco nos portos", diz o consultor. 

E mais do que isso, volta a dizer que as importações tendem a continuar crescendo, "porque a soja de fora já esta competitiva e assim pode atrair maior movimentação". 

Os vendedores, como explica Brandalizze, deverão seguir mais reticentes e isso ajuda a manter os indicativos ainda fortes no mercado brasileiro.

Além disso, a segunda-feira é ainda de dólar em alta - 0,94% de ganho para R$ 5,48 - e prêmios também fortes para a soja nacional, outras duas pernas formadoras de preços que seguem favorecendo o cenário brasileiro. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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