Lucratividade bruta para safra 2020/21 de soja do Brasil tem perspectiva positiva, aponta DATAGRO

Publicado em 27/08/2020 17:22
Temporada que será plantada em breve tem indicativo de ganhos próximos aos da temporada atual

A safra 2020/21 de soja que será plantada em breve no Brasil tem perspectiva financeira inicial positiva aos agricultores, considerando as boas expectativas de rendimento médio e preços, apesar do indicativo de custos de produção. Esta constatação faz parte do último levantamento da Consultoria DATAGRO. E caso o avanço de lucratividade bruta se confirme na nova temporada, com indicativos de taxas entre 33% e 54% sobre o custo operacional, seria o 15º ano consecutivo de resultado positivo na renda da maioria dos produtores de soja do país.

“Estamos considerando a favor do resultado financeiro deste novo ano, por enquanto, boa expectativa de produtividade média, por bom nível tecnológico e clima ainda regular em tempos de La Niña fraco (esta é uma variável importante, e que está ainda em aberto), custos de produção maiores, especialmente em função da força na taxa de câmbio, e preços médios conservadores sobre o ano atual, mas provavelmente bem acima das médias normais”, afirma Flávio Roberto de França Junior, coordenador da DATAGRO Grãos.

O indicativo para a nova safra é de preços internos próximos das consideráveis parciais de 2020, enquanto que a Bolsa de Chicago (CBOT) deve trabalhar com média de US$ 9.30, cerca de 6% acima dos US$ 8.77 das parciais de 2020. Na taxa de câmbio, a atenção seguirá voltada para a pandemia do coronavírus e os impactos na economia local e global. Para exportação, o indicativo da DATAGRO é de firme demanda, com melhora gradual nas condições de logística dos portos brasileiros e manutenção dos atuais patamares dos fretes marítimos.

Por outro lado, a expectativa é que a nova temporada seja de custos de produção mais elevados. Em Mato Grosso, os custos variáveis (insumos, sementes, fertilizantes, defensivos e outros) podem ter alta de 2% sobre a última safra devido manutenção de elevada taxa de câmbio, e os fixos cerca de 24% elevados com influência do custo da terra, gastos financeiros e depreciações. No Paraná, esse percentual é estimado em 4% mais alto para nos variáveis e 7% nos fixos e, no Rio Grande do Sul, avanços de 4% e 16%, respectivamente.

“Todas essas considerações nos levaram a projeções de lucratividades brutas bastante positivas nesta próxima temporada para a maioria dos produtores brasileiros. E caso essa sinalização se confirme, estaríamos falando do 15º ano consecutivo de avanço da renda de boa parte dos produtores brasileiros”, ressalta França. A lucratividade bruta, relação entre a receita média obtida e o custo de produção, considerando regiões do Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás, oscilaria entre 33% e 54% sobre o custo operacional, com hipóteses de cotação na CBOT (US$ 8.80 e US$ 9.80) e base de produtividade média de 3.600 kg/ha.

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Fonte: Reuters

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