Mercado da soja começa o dia com leves altas na Bolsa de Chicago

Publicado em 03/07/2024 08:24 e atualizado em 03/07/2024 09:15
Clima no Meio-Oeste americano permanece no centro das atenções dos mercados

Nesta quarta-feira (03), o mercado da soja começa o dia em alta na Bolsa de Chicago (CBOT) com o contrato setembro/24 negociado a US$11,14, alta de 3,25 pontos e o novembro/24, principal indicador para os agricultores dos EUA, a US$11,17, aumento de 4.25 pontos. O viés positivo se apoia no atual rally dos derivados da oleaginosa, já que ontem os futuros do óleo avançaram mais de 2%. E não sobem só os futuros do óleo de soja em Chicago, mas dos óleos vegetais de uma forma geral, como ganhos que se deram na China, e para o óleo de palma na Malásia. "O óleo de palma está no maior nível desde abril", afirma o time da Agrinvest Commodities. 

Apesar da valorização, o mercado continua atento a safra americana, já que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe atualmente os principais indicadores do atual ciclo de grãos nos EUA.  Na última segunda-feira, por exemplo, o órgão divulgou a situação das lavouras do país. Segundo o reporte, as áreas classificadas como boas ou excelentes vieram em 67%, mesmo número da semana anterior. São ainda 25% dos campos em condições regulares e 8% em condições ruins ou muito ruins, mesmos números que no levantamento anterior.

Assim, o clima no Meio-Oeste americano permanece no centro das atenções dos mercados, com atenção as chuvas irregulares nas próximas semanas, bem como a temperaturas mais brandas esperadas para todo o cinturão. Os mapas atualizados e reportados nesta terça-feira pelo Commodity Weather Group apontam chuvas melhor distribuídas no período de 2 a 6 de julho, com temperaturas abaixo da média para alguns estados produtores. 

"As chuvas no Meio-Oeste reduzem a seca para algo como 10% e 15% das áreas de soja e milho dos EUA, ou até menos, nesta semana", afirmam os especialistas do CWG. 

Na semana passada, o Departamento divulgou outros dois importantes relatórios, atualizando assim as áreas de plantio e os estoques americanos para a soja, o milho e o trigo. No caso das áreas de lavouras dedicadas para a oleaginosa, o mercado esperava que os números viessem mais altos que relatório de expectativas de plantio, divulgado pelo departamento há três meses. 

Para a soja, o relatório revelou que 34,84 milhões de hectares foram plantados com a cultura. Há três meses, em relatório de expectativas de plantio, a área estimada para a oleaginosa era de 35,01 milhões. Na safra 2023/24, os EUA cultivaram 33,83 milhões de hectares. Já os estoques estão mais altos e foram contabilizados em 26,4 milhões de toneladas, sendo que o mercado esperava de 23,43 a 27,62 milhões de toneladas. Há um ano, os estoques americanos eram de 21,66 milhões. 

A política Norte-Americana também está no radar dos investidores, já que o recente debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump mostrou que o recente presidente do país perde forças dentro de seu próprio partido, que cogita indicar outro nome para competir as eleições. Um possível retorno de Trump mudaria o cenário geopolítico internacional, já que em seu mandato ele encampou uma guerra comercial contra a China, situação que poderia voltar aos holofotes.

 

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja fecha de lado em Chicago e sobe onde ainda há negócios no Brasil frente ao dólar alto
Soja segue ainda lateralizada na CBOT nesta tarde de 3ª, com suporte do farelo
Soja opera com estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando fundamentos
Soja fecha o dia com leves altas em Chicago acompanhando forte avanço do óleo
Guerra Comercial 2.0: Trégua entre EUA e China e impactos no mercado de soja; confira análises da Hedgepoint Global Markes
Soja segue em alta na CBOT, mas ameniza ganhos na tarde desta 2ª feira