Plantio de soja no RS vai a 23% da área, diz Emater, que cita problema na qualidade do trigo
SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja no Rio Grande do Sul foi intensificado na última semana, com a área semeada passando de 10% para 23% do total projetado para o Estado, um dos maiores produtores do Brasil, afirmou a Emater em boletim nesta quinta-feira.
"Esse progresso foi favorecido pelas excelentes condições de umidade no solo na maioria das regiões do Estado, além da finalização, em algumas propriedades, da colheita de cereais de inverno e do plantio do arroz", disse o órgão de assistência técnica ligado ao governo.
Na mesma época do ano passado, o plantio estava mais atrasado (13%). O ritmo na safra atual está próximo da média histórica para o período (24%), conforme boletim.
Segundo a Emater, as lavouras implantadas entre 20 e 25 de outubro apresentam emergência uniforme, germinação de cinco a sete dias e rápida emissão dos primeiros trifólios.
"Em parte das regiões Sul e Campanha, as condições de plantio não foram favoráveis devido à recorrência de precipitações de altos volumes, mantendo a umidade excessivamente elevada em algumas áreas e atrasando o processo de preparo e implantação", acrescentou.
No período, a semeadura do milho atingiu 78% da área projetada para a safra.
"As condições de alta incidência de radiação solar durante o dia e de temperaturas amenas à noite favoreceram a cultura, mantendo a expectativa de produtividade elevada", afirmou.
No caso do arroz, o plantio está no terço final. "As chuvas esparsas favoreceram a intensificação da semeadura e dos tratos culturais nas lavouras estabelecidas", disse a Emater.
QUALIDADE DO TRIGO
Conforme a nova estimativa da safra de 2024, realizada com dados da segunda quinzena de outubro, a Emater elevou em 1,26% a produção esperada para 4,12 milhões de toneladas do cereal, com ganhos de produtividade.
Isso significa um aumento de 57,22% ante a temporada de 2023, afetada por intempéries, disse a Emater.
Mas as chuvas intensas prejudicaram a qualidade de trigo em 2024, acrescentou a empresa de assistência técnica.
"Se a produtividade está próxima à esperada em termos estaduais, o mesmo não ocorre em relação à qualidade, que foi afetada em uma parcela significativa de lavouras, gerando consequências na comercialização e nos resultados econômicos da safra", afirmou.
Devido à oscilação no padrão dos grãos colhidos, parte dos produtores enfrenta dificuldades operacionais para a comercialização, uma vez que as cerealistas precisam segregar lotes de diferentes qualidades.
Em meio a preços baixos e problemas na qualidade, o governo federal anunciou nesta quinta-feira um programa de compras para estoques públicos, em um volume que pode atingir até 200 mil toneladas.
Produtores gaúchos colheram da área de 64% do trigo, segundo a Emater, um pouco abaixo da média histórica de 67% para o período.
(Por Roberto Samora)
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