Milho: Preços fecham com leves baixas na B3 e em Chicago nesta 2ª feira

Publicado em 29/09/2025 17:05
Demanda ainda lenta no BR pressiona cotações no mercado futuro nacional

A semana começou fraca para os preços do milho tanto na Bolsa de Chicago, quanto na B3. O mercado futuro brasileiro registrou uma segunda-feira de leves baixas entre os principais vencimentos, que variaram de 0,09% a 0,01%, levando o novembro a R$ 66,11 e o março a R$ 71,75 por saca. Entre as posições mais negociadas, apenas o maio/26 subiu e encerrou o dia com R$ 70,55 por saca.  

Segundo explicou o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os ligeiros recuos refletem ainda uma demanda um pouco mais contida pelo milho brasileiro, em especial internamente, ainda não tendo decolado neste período, como aconteceu em anos anteriores. 

Há certa "tranquilidade" para a indústria diante de volumes intensos do cereal ainda a ser comercializado. "Temos quase 60 milhões de toneladas ainda a serem comercializadas, considerando a última safra de verão e a safrinha, na mão do produtor. Isso dá uma tranquilidade à indústria de rações, à indústria de etanol, e temos visto os negócios acontecendo localmente. Tivemos uma safra recorde de sorgo também entrando no mercado, então ainda não decolou a demanda e isso pressiona a B3", diz o consultor. 

Todavia, Brandalizze afirma que não há fundamentos que possam levar as cotações do grão à bancarrota, "porque mesmo que estejamos com uma safra boa, no mundo não sobra milho no mercado global.O mundo continua comendo mais, consumindo mais e isso ajuda as posições a frente, que vão ter um suporte melhor". 

O programa de exportações do Brasil também caminha com um pouco mais de lentidão, tendo o grão brasileiro perdido boa parte de sua competitividade no mercado internacional. 

O dólar em queda nesta segunda-feira foi mais um fator de pressão sobre as cotações na B3. 

No mercado físico brasileiro, os preços terminaram a segunda-feira com estabilidade nas principais praças de comercialização. Os valores ainda variam de R$ 45,00 a R$ 64,00 por saca, a depender da região. Já nos portos, são R$ 67,00 em Paranaguá a R$ 65,00 em Santos. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, as baixas também foram tímidas, com o mercado refletindo os ajustes dos traders antes do novo boletim trimestral de estoques de grãos que o USDA traz nesta terça (30) e também sentindo a evolução da colheita norte-americana, esperando pelos dados de atualização que serão reportados agora no final da tarde. 

Assim, as principais posições terminaram o dia perdendo entre 0,25 e 0,50 ponto, levando o dezembro a US$ 4,21 e o maio/26 a US$ 4,47 por bushel. 

Além dos relatórios dos próximos dias, o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nas próximas semanas também deverá mexer com o humor do mercado e os olhos dos traders estão todos voltados aos números de produtividade e estoques finais norte-americanos. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja sobe em Chicago com atenção à demanda da China e clima na AMS, mas preços sentem leve pressão no BR nesta 5ª feira
Safra 25/26: primeiro foco de ferrugem asiática em área comercial é confirmado em MS
Empresas da Índia cancelam importação de óleo de soja após alta no preço, dizem traders
Soja sobe levemente em Chicago nesta 5ª feira, esperando pelo USDA e monitorando notícias conhecidas
Soja fecha com quase 1% de baixa em Chicago nesta 4ª feira e deixa negócios no BR ainda mais limitados
Soja recua em Chicago nesta tarde de 4ª feira, acompanhando perdas de mais de 1% no óleo