Cotações futuras e tendências da soja em Chicago
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Na sexta-feira, onze de dezembro de 2009, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com ganhos moderados, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME Group), com respeito aos três primeiros vencimentos futuros, conforme a tabela acima.
Apesar de o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) ter anunciado durante a sessão futura da oleaginosa nesta data a expressiva venda de 232.000 toneladas de soja para a China, tal notícia não teve a repercussão normalmente esperada, seja em função de valorização durante grande parte do dia do Dólar norte-americano perante outras moedas conversíveis, seja devido à influência de outras commodities, cujos futuros fecharam em queda acentuado, a exemplo do petróleo (vide segundo gráfico abaixo).
Na Argentina, além de recentes chuvas de aproximadamente 40 mm no sudoeste da província de Córdoba, são esperadas mais chuvas esparsas em quase todas as regiões platinas de sojicultura. Entretanto, tais precipitações não serão suficientes para garantir a umidade mínima necessária para evitar danos mais sérios às lavouras da oleaginosa no país vizinho. Mas ainda é cedo para pensar em problemas graves de seca, tal como lá ocorreram, no ano passado.
O grande impasse com que se defronta o mercado futuro de soja em Chicago reside na escassez de curto prazo, face demanda chinesa excepcionalmente firme, com gigantescas posições futuras líquidas compradas e especulativas de soja em poder de fundos nos EUA (fundos de hedge: 116.917 lotes futuros; fundos de índices: 163.427 lotes futuros; total: 280.344 lotes futuros de 5.000 bushels cada (de 136 toneladas métricas cada, aproximadamente), o que equivale a cerca de 38,1 milhões de toneladas métricas, versus a possibilidade de serem colhidas safras recordes no Brasil (mais ou menos de 63 a 64 milhões de toneladas) e na Argentina (mais ou menos de 53 a 54 milhões de toneladas), caso não venham a ocorrer problemas climáticos mais graves nestes dois países.
Se o clima na Argentina melhorar sensivelmente nos próximos dez ou quinze dias, ou mesmo antes disso, é possível que os fundos de especulação passem a liquidar as suas posições compradas, empurrando para baixo as cotações em Chicago. Se isso ocorrer simultaneamente a continuada desvalorização de preços futuros de petróleo e de metais preciosos, as cotações futuras de soja poderão ceder mais fortemente, mesmo que a demanda internacional ainda se mantenha firme até meados de fevereiro ou início de março.
O que se pode prever com maior segurança é que a volatilidade no pregão futuro de soja em Chicago deverá ser expressiva, nos próximos meses. Estão correndo sérios riscos os produtores brasileiros que nada ou pouco venderam, da quantidade total de soja que esperam colher dentro de poucos meses.
Cordiais saudações,
Antonio Bueno
SojaNet
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