Safra recorde e problemas antigos
Publicado em 30/12/2009 08:25
Com a colheita da soja precoce em andamento, os produtores já começam a fazer os cálculos dos prejuízos desta nova safra (09/10). Apesar de haver a expectativa de produção recorde, acima de 18 milhões de toneladas, o clima de otimismo não está semeado entre os sojicultores, pelo contrário, as contas das perdas já foram feitas e mostram que mais uma vez câmbio, logística e armazenagem deverão ser os vilões da rentabilidade agrícola em 2010.
O percentual de perda sobre a rentabilidade, abordado em edição do Diário no mês passado, 20%, vai se confirmando dia após dia, face à desvalorização contínua do dólar nos últimos meses.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no plantio da safra 08/09 a média do câmbio era de R$ 2,17, enquanto no último mês de outubro o dólar despencou para R$ 1,73, cotação em vigor até essa terça-feira (29).
“Nos níveis atuais, o câmbio compromete a renda do setor exportador e deixa os produtores praticamente sem nenhuma margem de lucro”, alerta o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Favaro.
Ele acredita que a soja “dificilmente será liquidada acima de R$ 30”, (saca de 60 quilos) no próximo ano. A perspectiva é de que os preços se situem entre R$ 25 e R$ 30. Com os custos em torno de R$ 30 por saca, o produtor não terá rentabilidade. “Teremos uma safra com um bom volume de produção, mas sem rentabilidade, salvo se ocorrer uma alteração no câmbio (para pelo menos R$ 2)”, aponta Favaro.
Na opinião dos analistas, a projeção é de que o dólar caia para menos de R$ 1,70 no primeiro trimestre de 2010, representando de imediato uma perda de 20% sobre a rentabilidade do produtor devido ao descasamento entre receita e despesa. “Este prejuízo inviabiliza totalmente o setor, principalmente de commodities agrícolas, como é o caso da soja”, afirma o diretor da Aprosoja.
PROBLEMAS - Ele lembra que à exceção de 2008 – ano da crise internacional – os produtores só tiveram adversidades nesta década. “De 2005 para cá, o setor exportador caiu nesta armadilha: plantou com dólar mais caro e vendeu ou dólar mais barato”.
Em 2009, segundo ele, os produtores compraram insumos com dólar de R$ 2,10 e “agora temos dólar de R$ 1,70, o que de imediato já daria uma perda de 15%, dificultando a situação para o setor de exportação”.
Favaro lembra que os custos em reais, como frete, folha de pagamento, reposição de peças, manutenção e impostos oscilam de acordo com o câmbio. Segundo ele, os insumos indexados ao dólar também ajudam a aumentar as perdas no campo. “Se temos uma taxa cambial elevada na época do plantio, insumos como sementes, fertilizantes e defensivos e herbicidas ficam mais caros para o produtor”.
LOGÍSTICA – A falta de logística adequada de transporte em Mato Grosso é outra questão que preocupa os produtores para a próxima safra – que deverá confirmar recordes em produção -, já que o câmbio tem influência direta sobre os preços do frete. Os custos afetam principalmente os produtores que estão com lavouras situadas em regiões mais distantes dos portos de exportação, como Santos (SP) e Paranaguá (PR).
“Contamos com praticamente um modal, que é a rodovia. Temos de buscar outras alternativas de escoamento além da ferrovia, que não está atendendo nossas expectativas a partir de Alto Araguaia”, afirma Favaro.
ARMAZENAGEM – Os produtores estão apreensivos também com a estrutura de armazenagem para abrigar a próxima safra. “Provavelmente não teremos espaço para acomodar toda a produção. Vamos ter de colher e fazer o escoamento imediato para evitarmos mais perdas ainda”.
O percentual de perda sobre a rentabilidade, abordado em edição do Diário no mês passado, 20%, vai se confirmando dia após dia, face à desvalorização contínua do dólar nos últimos meses.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no plantio da safra 08/09 a média do câmbio era de R$ 2,17, enquanto no último mês de outubro o dólar despencou para R$ 1,73, cotação em vigor até essa terça-feira (29).
“Nos níveis atuais, o câmbio compromete a renda do setor exportador e deixa os produtores praticamente sem nenhuma margem de lucro”, alerta o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Favaro.
Ele acredita que a soja “dificilmente será liquidada acima de R$ 30”, (saca de 60 quilos) no próximo ano. A perspectiva é de que os preços se situem entre R$ 25 e R$ 30. Com os custos em torno de R$ 30 por saca, o produtor não terá rentabilidade. “Teremos uma safra com um bom volume de produção, mas sem rentabilidade, salvo se ocorrer uma alteração no câmbio (para pelo menos R$ 2)”, aponta Favaro.
Na opinião dos analistas, a projeção é de que o dólar caia para menos de R$ 1,70 no primeiro trimestre de 2010, representando de imediato uma perda de 20% sobre a rentabilidade do produtor devido ao descasamento entre receita e despesa. “Este prejuízo inviabiliza totalmente o setor, principalmente de commodities agrícolas, como é o caso da soja”, afirma o diretor da Aprosoja.
PROBLEMAS - Ele lembra que à exceção de 2008 – ano da crise internacional – os produtores só tiveram adversidades nesta década. “De 2005 para cá, o setor exportador caiu nesta armadilha: plantou com dólar mais caro e vendeu ou dólar mais barato”.
Em 2009, segundo ele, os produtores compraram insumos com dólar de R$ 2,10 e “agora temos dólar de R$ 1,70, o que de imediato já daria uma perda de 15%, dificultando a situação para o setor de exportação”.
Favaro lembra que os custos em reais, como frete, folha de pagamento, reposição de peças, manutenção e impostos oscilam de acordo com o câmbio. Segundo ele, os insumos indexados ao dólar também ajudam a aumentar as perdas no campo. “Se temos uma taxa cambial elevada na época do plantio, insumos como sementes, fertilizantes e defensivos e herbicidas ficam mais caros para o produtor”.
LOGÍSTICA – A falta de logística adequada de transporte em Mato Grosso é outra questão que preocupa os produtores para a próxima safra – que deverá confirmar recordes em produção -, já que o câmbio tem influência direta sobre os preços do frete. Os custos afetam principalmente os produtores que estão com lavouras situadas em regiões mais distantes dos portos de exportação, como Santos (SP) e Paranaguá (PR).
“Contamos com praticamente um modal, que é a rodovia. Temos de buscar outras alternativas de escoamento além da ferrovia, que não está atendendo nossas expectativas a partir de Alto Araguaia”, afirma Favaro.
ARMAZENAGEM – Os produtores estão apreensivos também com a estrutura de armazenagem para abrigar a próxima safra. “Provavelmente não teremos espaço para acomodar toda a produção. Vamos ter de colher e fazer o escoamento imediato para evitarmos mais perdas ainda”.
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Fonte:
Diário de Cuiabá
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