Confirmado o avanço da soja em MT
Quando foi divulgado, no início de março, o número da Conab foi contestado pela Aprosoja. Na ocasião, a entidade informou que a colheita renderia cerca de 1 milhão de toneladas a menos por causa das perdas provocadas pelas chuvas tardias. Houve problemas, mas, conforme análise do Imea, eles foram localizados.
Ao longo da temporada, as adversidades concentraram-se nas regiões oeste e centro-sul de Mato Grosso, que amargaram as menores produtividades do Estado. Segundo o Imea, em Sapezal, por exemplo, a produtividade ficou em 47 sacas por hectare, ante as 52 sacas da temporada passada.
Na região médio-norte, em compensação, não houve recuos. Em Sorriso, maior polo produtor de soja do Brasil, foram 54 sacas de 60 quilos por hectare, o que colaborou para garantir uma média estadual de 50,68 sacas por hectare, 0,4% abaixo de 2008/09.
A queda frustrou os mais otimistas e desbancou Mato Grosso do topo do ranking dos Estados mais produtivos na soja. Ainda que abrigue alguns dos polos mais produtivos do país e se mantenha na liderança em volume de produção, graças à área plantada maior, Mato Grosso deverá encerrar 2009/10 com produtividade média menor que o Paraná e que Rondônia, conforme a Conab.
Independentemente de não terem afetado o volume total da colheita, as chuvas tardias que preocuparam a Aprosoja de fato elevaram a presença de grãos ardidos, de menor qualidade, e o problema reduz a remuneração dos agricultores nas negociações de venda para as tradings. Daí porque a Aprosoja realçava que, do ponto de vista da remuneração, a "produtividade líquida" do sojicultor ficaria em 48 sacas/hectare.
E os preços no mercado mato-grossense seguem cerca de 25% abaixo desta mesma época de 2009. Em Rondonópolis, no sudeste do Estado, a melhor indicação para a saca de 60 quilos na semana passada foi R$ 28, segundo o Imea.
No mercado internacional, a pressão sobre as cotações também é flagrante. Ontem, na bolsa de Chicago, os contratos com vencimento em julho subiram 0,87% e fecharam a US$ 9,5350 por bushel, mas no acumulado do ano a queda ainda é de 9,06%, segundo cálculos do Valor Data. A agência Reuters relatou que, segundo a publicação especializada alemã Oil World, tal pressão sobre os preços dos grãos e do farelo tende a continuar no curto e médio prazos em consequência da oferta confortável.
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