Produção da soja deve crescer 55% em 10 anos

Publicado em 04/06/2010 11:41
Até 2020, a previsão apontada em pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) é que a produção de soja em Mato Grosso irá aumentar das atuais 18 milhões de toneladas para 28 milhões (55%), o milho da média de 8 milhões para 16 milhões de toneladas e a cana de açúcar de 17 milhões para 24 milhões de toneladas.

Mesmo nas condições produtivas atuais, as rodovias estaduais e federais que atravessam o Estado já estão sobrecarregadas e o transporte pelos caminhões é feito numa velocidade cada vez menor, abaixo de 60 quilômetros por hora.

No trecho rodoviário entre Lucas do Rio Verde e Diamantino, por exemplo, a pesquisa da CNI aponta uma sobrecarga de 438%. Por ali, o volume transportado no primeiro trimestre deste ano ficou estimado em 7 milhões de toneladas, sendo que a quantidade ideal deveria ser mantida em 1,3 milhão de toneladas.

Para o diretor administrativo da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, a situação da malha rodoviária só não é pior por causa dos investimentos realizados na recuperação das rodovias.

Na opinião dele, a conclusão de obras nas rodovias federais 242, 158, 163 e 364, interligadas a outros modais de transporte, deve melhorar a competitividade do produto mato-grossense. “Lógico que isso ainda não vai significar a alforria dos produtores”, atesta.

Desvantagem - Os produtores mato-grossenses, que já convivem com a dificuldade no escoamento da produção, enfrentam dupla desvantagem em comparação com outros estados brasileiros e com os dois principais concorrentes mundiais na produção de soja, por exemplo: Estados Unidos e Argentina.

Um dos principais entraves econômicos é o custo do frete. Comparado com o valor praticado nos Estados Unidos, de US$ 30 dólares a tonelada de soja transportada, em Mato Grosso é 266% maior, se mantendo na média de US$110 pelo mesmo volume. “Em Mato Grosso, além de estarmos mais distantes em relação aos portos, também dependemos de um único modal de transporte”, comenta o diretor do Centro Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), João Birkham.

Enquanto nos Estados Unidos os grãos são transportados do meio-oeste pelo rio Mississípi até o Golfo do México num percurso de 1,5 mil quilômetros, para ser retirado dos centros produtores mato-grossenses até os portos do Sul e Sudeste brasileiros o trajeto é de 2 mil quilômetros via rodovia. O resultado é uma perda na competitividade para os produtores de Mato Grosso.

“O modal logístico americano e mesmo o argentino são bem maiores que o brasileiro”, observa o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro.

Outra desvantagem para a produção agrícola é a qualidade do solo mato-grossense, que requer maior utilização de adubos. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), para a safra 10/11 de soja – com previsão de ser plantada a partir da segunda quinzena de setembro –, os gastos com fertilizantes devem ser 17% maiores em relação à atual safra 09/10. Nesta, se manteve em R$ 336,74 por hectare plantado. Na próxima, pode chegar a R$ 392,38/ha.

Atualmente responsável por quase 30% da soja produzida no país e 36% do rebanho bovino brasileiro, Mato Grosso tem a tendência de ampliar a atividade agrícola e pecuária ainda mais. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) prevê colapso no escoamento da produção estadual nos próximos dez anos, se mantida a dependência exclusiva das rodovias. “O modal rodoviário até o Sul já está à beira de um colapso”, reclama Fávaro.

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Aprosoja

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