Safra de soja do Brasil em 10/11 cairá 1,1%, para 67,7 mi toneladas

Publicado em 02/08/2010 17:29 e atualizado em 03/08/2010 09:58

A nova safra de soja do Brasil, o segundo produtor mundial, foi estimada em 67,71 milhões de toneladas nesta segunda-feira pela consultoria Céleres, em sua primeira previsão para a temporada 2010/11.

A projeção indica uma queda de 1,1% em relação à previsão da Céleres para a temporada passada, de 68,5 milhões de toneladas. Em 2009/10, o Brasil colheu uma safra recorde.

A consultoria previu uma área de 23,19 milhões de hectares para a nova safra, ligeira redução de 0,6% na comparação com o plantio de 09/10, quando o clima chuvoso favoreceu o desenvolvimento das lavouras na maior parte das regiões.

"O cenário vigente de incerteza quanto à rentabilidade da produção de soja na safra 2010/11 leva os produtores a agirem com cautela na expansão da atividade", afirmou a consultoria em relatório divulgado nesta segunda-feira.

O plantio da nova safra começa em meados de setembro no Centro-Oeste.

A Céleres apontou queda de área no Mato Grosso, o maior produtor brasileiro da oleaginosa, citando a logística deficiente para o escoamento da produção, que reduz a rentabilidade dos produtores no Estado.

De outro lado, a consultoria apontou aumento de área de soja no Sul do país, com produtores semeando a oleaginosa em parte das áreas ocupadas por milho em 09/10 --na safra passada isso já ocorreu. Segundo especialistas, a soja tem trazido maiores rendimentos para os produtores do Sul do que o milho, produto com grandes estoques no Brasil atualmente.

"Os principais ganhos absolutos, em relação à safra passada, ficam para o Rio Grande do Sul [+124,2 mil hectares], Paraná [+118,7 mil ha]...", afirmou a Céleres, acrescentando que o plantio em Minas Gerais (Sudeste) terá aumento de 71,2 mil hectares ante a temporada passada.

"Já as maiores retrações para área semeada são esperadas para o Mato Grosso [-372,0 mil ha], Goiás [-96,8 mil ha] e Mato Grosso do Sul [-92,5 mil ha]", acrescentou a consultoria.

No total, a redução prevista de área no país será de 138,2 mil hectares, "o que, se confirmada, manterá a área total acima dos 23,0 milhões de hectares".

A consultoria ainda citou a redução da disponibilidade de crédito por parte de tradings e os preços como fatores de desestímulo aos produtores.

Equilíbrio

A análise da rentabilidade da produção de soja para a safra 2010 mostra um cenário de "delicado equilíbrio" para os produtores, mesmo considerando preços na bolsa de Chicago em torno de US$ 10 por bushel (medida americana que equivale a 27,2 quilos) --atualmente, os futuros estão acima desse patamar, acompanhando a disparada do mercado do trigo por conta de uma severa seca na Rússia.

No entanto, a Céleres lembra que as condições para o desenvolvimento da safra dos EUA estão boas, de maneira geral, o que pode resultar em menores preços.

Segundo a Céleres, considerando os US$ 10, os preços na boca da safra poderiam variar entre US$ 27,2 e US$ 33,4 por saca, dependendo da região, com uma taxa de câmbio de R$ 1,75.

Com os atuais custos, a margem operacional bruta deverá ficar em média entre R$ 84 e R$ 555 por hectare, "mostrando que não há espaço para se correr maiores riscos".

"Por isso entendemos que não há, ao menos no cenário atual, condições para o incremento da área plantada com soja na safra 2010/11, principalmente se considerarmos o incremento via incorporação de áreas novas, onde os custos marginais de produção são mais elevados do que os das áreas já estabilizadas", afirmou a Céleres, ponderando que Chicago a US$ 11 poderia mudar a análise.

Clique nos links abaixo e confira a íntegra da análise completa feita pela Céleres:

Soja

Milho

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Tags:
Fonte:
Reuters

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