Soja louca II causa perdas de 40% em 5 regiões produtoras

Publicado em 10/08/2010 14:13
Pesquisadores de diversas instituições se reúnem para criar estratégias de combate à anomalia cuja origem é desconhecida.
Uma anomalia que provocou perdas de 40% na última safra em pelo menos cinco Estados produtores de soja tornou-se o centro das atenções dos pesquisadores. A Soja Louca II, cuja origem é desconhecida, será um dos temas debatidos na 31ª reunião de Pesquisa de Soja, que começa hoje, em Brasília (DF). Além dos já conhecidos sintomas de haste verde e retenção foliar, que podem ser causados por percevejos ou problemas fisiológicos, a nova anomalia se caracteriza por causar o afilamento das folhas, o abortamento de flores e a necrose de vagens.

 — O afilamento das folhas acontece quando a planta ainda está no estado vegetativo, quando os trifólios ficam mais verdes e mais finos. O produtor percebe que tem algo acontecendo no campo se comparar com um trifólio normal, com menos pilosidade. O abortamento das flores e vagens pode ser percebido quando há uma superbrotação anormal. Além disso a anomalia pode ser identificada por uma planta com arestas, pois o caule não fica tão redondo. As vagens podem apresentar menos grãos, porém mais pesados. E a planta também pode apresentar vagens com necrose — descreve o pesquisador Dionísio Luiz Pisa Gazziero, da Embrapa Soja.

A Soja Louca II foi relatada no Maranhão, Mato Grosso, Pará, Goiás e Paraná. Por ser uma anomalia de origem desconhecida, entretanto, ainda não existe uma recomendação definitiva de controle. Segundo Gazziero, o importante é que o agricultor saiba diferenciar a haste verde e retenção foliar da Soja Louca II daquilo que é causado por percevejos ou problemas nutricionais ou fisiológicos. A partir da observação visual desses e dos outros sintomas citados, o ideal é que o produtor adote as tecnologias normalmente recomendadas para o cultivo da soja.

— Normalmente o responsável técnico pela propriedade conhece essas recomendações, como deve ser feito o manejo adequado da área, o manejo adequado da palha, da planta daninha, a rotação de culturas. Baseado nos relatos, sabe-se que se você plantar essas tecnologias de manejo adequado, ocupando adequadamente a área, a possibilidade de se ter o problema diminui sensivelmente. A tendência é que a anomalia apareça numa intensidade muito pequena, insignificante até, eu diria. Então não há nenhum produto, não há nada. Siga as recomendações conhecidas e indicadas principalmente — indica Gazziero.

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Fonte: Rio Branco.net

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