Notícias de EUA e China derrubam soja e milho

Publicado em 11/08/2010 07:36
Clima americano e desaceleração no país asiático pressionam grãos; trigo devolve parte dos ganhos.
A conjunção entre o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos e os sinais de desaceleração das economias americana e chinesa derrubou as cotações da soja e do milho ontem(10) na bolsa de Chicago, principal referência para os preços internacionais dos dois principais grãos cultivados no Brasil.

No caso da soja, os papéis com vencimento em setembro encerraram a sessão negociados a US$ 10,2125 por bushel, baixa de 13,25 centavos de dólar em relação à véspera. Ainda que acumulem quedas de 2,6% em 2010 e de 4,33% nos últimos 12 meses, as cotações desses contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez) continuam bastante acima da média histórica.

No mercado de milho, os contratos para dezembro recuaram 9 centavos de dólar e fecharam a US$ 4,09 por bushel. A segunda posição passou a registrar queda acumulada de 3,59% neste ano, mas ainda há forte valorização em 12 meses (23,75%). O atual nível de preços também está acima da média, mas menos que o da soja.

Por razões agronômicas e mercadológicas, a soja normalmente é considerada mais atrativa para o cultivo do que o milho quando seu preço em Chicago supera em mais de duas vezes o do "rival" - que, obviamente, torna-se mais vantajoso na situação contrária. Para países que produzem e exportam ambos, como EUA, Brasil e Argentina, é uma lógica que influencia a decisão de plantio do agricultor. No Brasil, o plantio de soja da safra 2010/11 começa em setembro.

Pelo lado da oferta, a especulação de que as chuvas no Meio-Oeste americano deverão elevar a produtividade das plantações já leva analistas a projetar colheitas maiores nesta safra 2010/11 no país. No lado da demanda o temor é que os sinais de freadas econômicas nos EUA (grande consumidor) e na China (principal importador de soja e segundo maior de milho) reduzam o ritmo das compras.

Traders de Chicago notaram que as fortes altas da semana passada, determinadas sobretudo pelos problemas climáticos na Rússia e em vizinhos, levaram os preços a um patamar que pode afugentar importadores. A segunda posição de entrega caiu 2,29% ontem, mas ainda apresenta ganho de 30,95% em 2010 e de 39,76% em 12 meses, segundo o Valor Data.

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Fonte:
Valor Econômico

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