Soja e milho: Colheita antecipada nos Estados Unidos

Publicado em 19/08/2010 07:42 e atualizado em 19/08/2010 14:54
Os trabalhos de campo começaram pelo estado da Louisiana, no extremo Sul, região que responde por 4% da produção total de grãos do país.
O relatório de acompanhamento de safra que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na próxima segunda-feira deve trazer as primeiras informações sobre o início da colheita de grãos no país. Os trabalhos começaram há poucos dias na região Sul, no estado da Louisiana, com pelo menos duas semanas de antecedência. Com o plantio concluído mais cedo devido ao clima favorável, a colheita será antecipada em todo o Corn Belt norte-americano. Mississipi e Arkansas devem iniciar os trabalhos na próxima semana.

Ainda é cedo para contrapor os números de produtividade estimados pelo USDA. Para isso, as colheitadeiras precisam entrar nos campos de Iowa e Illionis, os dois estados mais importantes em produção, o que deve acontecer dentro de dez a quinze dias.

Porém, técnicos e produtores da Louisiana relatam rendimentos superiores aos 2.956 quilos de soja por hectare previstos pelo USDA. Para o milho, as produtividades ainda são muito variadas, de 7,5 mil a mais de 10 mil quilos/hectare, segundo Roger Carter, agrônomo da consultoria Agri­cultural Management Services. A decepção, relata Carter, tem sido com o milho irrigado, que de uma expectativa de 13.809 quilos vem rendendo de 10.670 a 11.298 quilos/ha. A previsão do USDA para o cereal é de uma produtividade média de 10.357 quilos/ha nos EUA.

No condado de Franklin, na Louisiana, Keith Bringol, produtor que também presta serviço de colheita para terceiros, conta que os rendimentos do cereal em sua área são bons. Mas ele acredita que a produtividade média deste ano será menor que a do ano passado por causa do clima quente e seco durante o período de formação de grãos.

Conforme o último relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado há uma semana, os EUA têm potencial para colher a sua maior safra de soja e milho de todos os tempos. A previsão é que o cereal atinja 339,5 milhões de toneladas e a oleaginosa 93,4 milhões de toneladas. A grande dúvida é por conta do clima, que ainda pode revelar surpresas, como a possibilidade de geadas precoces.

De qualquer forma, o fato é que as cotações se sustentam na Bolsa de Chicago (CBOT), apesar das previsões recordes e da entrada, por enquanto ainda tímida, da safra norte-americana no mercado. Ontem, o pregão terminou com queda na cotação da soja, mas alta no milho e no trigo. Com baixa de 10 pontos, a oleaginosa terminou o dia a US$ 10,3525/bu (27,2 quilos), o milho ganhou 3,75 pontos, e foi a US$ 4,185/bu (25,4 quilos) e o trigo, com mais 5 pontos, fechou a US$ 6,56.

Entre as principais notícias que movimentaram o mercado nesta quarta-feira está a crise do trigo. Depois da quebra por causa da seca na Rússia e Ucrânia, o problema agora é com a Austrália. Em relatório divulgado na manhã de ontem, a Grains Industry Association anunciou redução de 40% na safra da região da Austrália Ocidental, de 8,25 para 5,5 milhões de toneladas. Na temporada anterior, a produção total do país foi de 21,7 milhões de toneladas. Também há dúvidas sobre a capacidade de recuperação da Rússia com a volta das chuvas. Outro fator que sustenta o rali na CBOT é a preocupação da China com a redução dos estoques de milho por problemas climáticos e aumento do consumo interno.

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Fonte:
Gazeta do Povo

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