Quebra na safra da Rússia deve beneficiar produtores brasileiros

Publicado em 23/08/2010 17:18
O produtor brasileiro passou da cautela para o otimismo em apenas dois meses, depois que a quebra da safra de trigo na Rússia, Ucrânia e países da região do Mar Negro mudou a perspectiva de preços para os grãos no mercado internacional. A avaliação é de Fernando Pimentel, sócio da consultoria Agrosecurity, que participou hoje do Seminário Crop World, em São Paulo. 

Segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério da Agricultura da Rússia, o país colheu 40,7 milhões de toneladas de grãos até agora neste ano. O volume fica 17,8 milhões de toneladas abaixo apurado no mesmo período do ano passado. Os produtores russos devem colher 60 milhões de toneladas de grãos em 2010, embora a safra possa alcançar até 67 milhões de toneladas por causa das regiões da Sibéria, onde a colheita está apenas no início.

A seca, resultado de uma forte onda de calor e da falta de chuvas durante semanas, destruiu quase 11 milhões de hectares, ou 26% da safra de grãos da Rússia. A queda na produção russa ajudou a provocar um rali nos preços domésticos e globais. Na tentativa de acalmar os mercados locais, o país proibiu as exportações a partir de 15 de agosto.

Os danos causados pela seca já chegam a US$ 1,1 bilhão.

RENTABILIDADE NO BRASIL
 
Analistas afirmam que a rentabilidade dos produtores do Cerrado brasileiro vinha caindo desde 2008. Para 2010/11, o setor já trabalhava com a perspectiva de margem ruim ou até de prejuízo. Agora, a melhora dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT) deve garantir um fluxo positivo até meados do primeiro semestre de 2011. Para Fernando Pimentel “antes o cenário para a safra estava associado ao risco de preço e de clima, mas agora ficou restrito ao clima. O risco de preço foi mitigado pela quebra da produção da Rússia". Ele destaca que neste cenário, qualquer evento climático pode provocar uma explosão nos preços da soja, que pode chegar a US$ 12/bushel. 
 
O movimento de alta nas cotações de grãos no mercado internacional também influenciou os preços internos do milho, que estavam deprimidos no primeiro semestre em função da ampla oferta nacional. Segundo Pimentel, em Sapezal, na região oeste de Mato Grosso, os preços já subiram entre R$ 2 e R$ 3/saca sobre os R$ 7,90/saca registrados há cerca de 60 dias, antes das primeiras notícias de quebra da safra russa. "Em Mato Grosso, além dos leilões de prêmio de escoamento do governo, os produtores também poderão se beneficiar do aumento de exportações", afirma.

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Fonte:
Redação NA

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