Vendas antecipadas de soja preocupam CNA

Publicado em 30/09/2010 07:53
A aceleração das vendas antecipadas da soja que mal começou a ser plantada no Centro-Oeste do país e que só será colhida a partir do início do ano que vem acendeu a luz amarela na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com a escassez hídrica na região na atual fase de semeadura do grão e os atrasos desses trabalhos, até agora pontuais, a entidade já avalia negociar com o governo a ampliação do prazo permitido para o plantio, ao mesmo tempo em que alerta os produtores sobre os riscos de que uma quebra climática comprometa a entrega dos volumes vendidos até agora.

"O clima, hoje, é o grande problema da safra", afirma Rosemeire dos Santos, superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ela lembrou que, pelas regras de zoneamento agrícola definidas pelo governo, em Mato Grosso, por exemplo, o plantio só é permitido até o dia 31 de outubro. O problema é que as previsões meteorológicas sinalizam que só haverá chuvas regulares em algumas das principais regiões agrícolas do maior Estado produtor de soja do país a partir da segunda quinzena de outubro - o que, se confirmado, deixará muito pouco tempo para o plantio.

"Se não chover até a semana que vem, vamos negociar com o Ministério da Agricultura uma ampliação do prazo para o plantio", diz Rosemeire. A superintendente lembra que para que os produtores possam acessar crédito oficial para custeio e seguro rural com subsídios do governo ao prêmio, as regras do zoneamento devem ser cumpridas à risca.

Conforme informou ontem o Valor, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as vendas antecipadas da soja desta safra 2010/11 atingiram 36,2% da produção total prevista para o Estado (18,7 milhões de toneladas) até o fim da semana passada, ante percentual de 22,5% apurado nesta mesma época do ano passado. Nas contas da CNA, em todo o Centro-Oeste as vendas antecipadas representam cerca de 40% do volume esperado para a colheita.

Mas, mesmo que existisse a possibilidade de o fenômeno La Niña desaparecer e de começar a chover regularmente hoje no Centro-Oeste, já há prejuízos. Conforme Rosemeire, muitos produtores compraram pacotes tecnológicos para o plantio acreditando em um cenário menos problemático, e esses pacotes terão de ser reequacionados. Outro problema envolvendo insumos e estratégia é a aposta nas sementes superprecoces, sucesso em Mato Grosso sobretudo no ciclo passado (2009/10). "Em condições normais, na segunda quinzena de outubro o plantio de sementes superprecoces já está no fim".

Mesmo na região Sul, onde o plantio começa a ganhar ritmo no fim de outubro, o atual déficit hídrico também é motivo de preocupação há alguns meses.

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Fonte:
Valor Econômico

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