Soja recua quase 50 pts na CBOT com vendas dos fundos e milho

Publicado em 01/10/2010 14:46 e atualizado em 01/10/2010 17:14
A soja encerrou a sessão desta sexta-feira com forte e expressiva baixa na Bolsa de Chicago, registrando perdas de quase 50 pontos. Os preços recuaram frente à pressão sazonal e à fraqueza do mercado do milho. De acordo com analistas, o clima favorável - tanto nos EUA, para colheita, quanto na América do Sul, para o plantio - e a movimentação dos fundos impacta negativamente nos preços.

Os futuros do milho também operaram com um forte declínio e fecharam o dia no vermelho. O mercado ainda absorvia os números divulgados ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre estoques trimestrais mais de 20% maiores do que o esperado pelo mercado. A liquidação de fundos contribui para o recuo e as cotações atingiram o menor preço em duas semanas, o limite de baixa.

Assim como a a oleaginosa e o cereal, o trigo teve um forte recuo na sessão de hoje também influenciado pelo mau momento do milho na CBOT e pela venda de fundos. Além disso, o USDA também trouxe estoques acima do esperado pelos traders. Participantes do mercado estão vendendo posições no contrato dezembro e comprando em vencimentos mais distantes por meio de negociações de spread. As incertezas quanto à safra 2011/12 na Rússia e nos Estados Unidos por conta do clima seco contribuem para a liquidação das posições.

De acordo com o jornalista especializado em commodities agrícolas, Mike McGinnis, do site especializado "Agriculture.com", os grãos registraram essa queda preocupante na Bolsa de Chicago pressionados  por conta da venda de fundos especulativos. Os fundos já liquidaram 22 mil contratos de milho, 5 mil de soja e 4 mil de trigo, segundo analistas. “A questão do dinheiro está realmente dominando o mercado no curto prazo”, diz Dale Durchholz, analista da AgriVisor.

Um outro analista disse ainda: “O governo nos proporcionou um rally de US$1,85 quando reduziu os estoques em junho. Aqui em setembro, os encontramos de volta. Agora, há pessoas dizendo ‘vamos dar esse rally de volta’. Na minha opinião não é o caso. Por quê? Desde que o rally de junho começou, safras do mundo todo tiveram perdas – Canadá, FSU, norte e leste da Europa. Sendo assim, o mundo é um lugar diferente do que era em junho. Os estoques mundiais têm sido utilizados. Por isso, precisamos manter a produção em alta. As reservas de soja vêem reduzindo acentuadamente. O mercado do milho está fazendo uma ‘autolimpeza’. Na minha opinião, o mercado irá se estabilizar. As pessoas ao redor do mundo precisam comprar os produtos. A China tem um problema com sua safra de milho e com isso terão que repor seus estoques exauridos, provavelmente em dezembro”.

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Fonte: Redação NA

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