MT só cultivou 106 mil hectares de soja até a última sexta-feira (8)

Publicado em 11/10/2010 08:27
A falta de chuvas em quantidade e periodicidade para tornar firme o cultivo da safra 10/11 de soja, em Mato Grosso, vai deixando saldo negativo nesta primeira semana de outubro, mês considerado decisivo para semeadura do grão. Comparando o momento atual com o mesmo período de 2009, o cultivo está 764 mil hectares (ha) atrasado. Se até a data de sexta-feira(8) cerca de 106 mil ha estavam cobertos, no ano passado o plantio somava 870 mil, nesta mesma época.

Mato Grosso é o maior produtor nacional de soja e tem previsão de colher nesta temporada, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 19,50 milhões de toneladas, volume que se confirmado será recorde.

Conforme levantamento divulgado na sexta-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em valores relativos, o cultivo atinge 1,7% dos mais de 6,24 milhões ha estimados pelo Instituto nesta temporada ao grão. Esse atraso em relação ao ano passado equivale a 12,3 pontos percentuais, já que na estatística de 2009, 14% da área de 6,22 milhões ha estavam cobertos.

O Imea divide o Estado em sete regiões. Em cinco delas há registro de plantio, mesmo que em proporção muito pequena: norte, médio norte, oeste, centro-sul e sudeste. Já os hectares localizados ao noroeste e nordeste do Estado permanecem sem a cobertura da oleaginosa.

O destaque no Estado vai para o município de Sapezal (470 quilômetros de Cuiabá) onde o plantio atinge 6% de uma área estimada em 370 mil ha. Individualmente, Sapezal tem a segunda maior área mato-grossense, atrás apenas de Sorriso, no médio norte, com 600 mil ha reservados à oleaginosa, cuja extensão é considerada a maior em um único município no mundo. A região oeste, cuja área destinada à soja soma 948 mil ha, é a terceira maior de Mato Grosso. A maior concentração de soja no Estado está no médio norte que responde por aproximadamente 40% do total mato-grossense ao reunir mais de 2,46 milhões ha. A segunda maior porção dedicada à soja está no sudeste com participação de 23%, ou, 1,46 milhão ha. O oeste colabora com 15% do total.

PREOCUPAÇÃO – Depois de verificar in loco a situação em Sapezal, o analista da AgRural de Cuiabá, Eduardo Godoi, resume como preocupante o atual momento. “Há um ano o plantio aqui em Sapezal estava a todo vapor. Hoje os produtores estão preocupados, pois o solo continua seco. Os que se arriscam a plantar sob estas condições são em geral produtores com perfis mais arrojados e que correm contra o tempo para garantir a colheita da soja em janeiro e em seguida fazer a safrinha de algodão”.

Godoi diz que as chuvas registradas até o momento vieram de forma isolada e sem deixar no solo qualquer reserva hídrica para garantir a boa semeadura. “Em janeiro do ano passado, cerca de 3,5 milhões de toneladas foram colhidas, volume que dificilmente se repetirá nesta safra já que estamos no limite da janela de plantio que assegura a colheita em janeiro”.

A AgRural fez uma análise do volume de chuvas registrado de julho a setembro de 2009, contra o mesmo período de 2010. Enquanto em 2009 o volume de 164 milímetros (mm) superou a média história de 89 mm em Sapezal, em 2010 chegou a apenas 22 mm. Se em outubro de 2009 o mês registrou 169 mm, até agora ficou em 32 mm e a previsão para os próximos dias não é nada animadora: deverá chover 13 mm. “Não há sinal de chuvas e o cenário se torna mais complicado porque o produtor tem em mãos sementes de variedades precoces e a janela de plantio – intervalo de dias ideal para determinada variedade e cultura – não permite mais a colheita em janeiro”.

Setembro – Conforme o Imea, até o dia 30 do mês passado, cerca de 24 mil hectares estavam plantados no Estado. Comparando o balanço de uma semana para outra, o ritmo dos trabalhos foi quadruplicado, porém, sem chuvas em volumes suficientes para garantir a umidade do solo, a área coberta está aquém do contabilizado em 2009. Na semana passada apenas 0,4% dos hectares estavam semeados contra atuais 1,7%.

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Diário de Cuiabá

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