Inoculação a cada safra é fundamental para aumentar rendimento da soja
De acordo com pesquisa realizada na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), nas últimas dez safras de soja (2000/2001 a 2009/2010), em áreas de cultivos tradicionais e com população elevada da bactéria (rizóbio), que nodula e fixa nitrogênio em soja, mostraram que os ganhos de rendimento de grãos com a reinoculação (inoculação a cada safra) foram, em média, de 9,1% em relação às plantas que não haviam sido inoculadas nos mesmos períodos considerados. O ganho potencial representou um saldo de quase três mil quilos de grãos por hectare, considerando as dez safras avaliadas.
“O produtor deve usar o inoculante sempre, em todas as safras, mesmo porque é um insumo de baixo custo e o seu uso traz retornos econômicos significativos para o agricultor”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fábio Martins Mercante.
Fatores nutricionais ou ambientais também devem ser considerados para aumentar os benefícios do uso de inoculantes na cultura da soja. A fixação biológica de N2 pode ser afetada drasticamente, por exemplo, pela deficiência de fósforo (P). Da mesma maneira, a falta de cálcio (Ca) pode afetar o desenvolvimento da planta, o estabelecimento da bactéria e a interação planta-rizóbio.
O pesquisador relaciona ainda os fatores ambientais, como temperaturas elevadas do solo (principalmente acima de 36ºC) e estresse hídrico, que afetam desde a sobrevivência da bactéria até as etapas da interação entre a planta e a bactéria (rizóbio). “Nesta situação, manejos do solo mais conservacionistas, como o sistema plantio direto, são de extrema importância, porque contribuem significativamente para a redução da temperatura nas camadas mais superficiais, além de contribuir para manutenção da umidade do solo”, explica.