EUA reduzem safra, e preços sobem ainda mais
O cenário para o milho também não é tranquilo. As novas estimativas de produção do Usda indicam 318,5 milhões de toneladas, abaixo dos 321,7 milhões previstos em outubro.
No caso do milho, as exportações perderam ritmo e a estimativa agora é de saída menor de produto: 49,5 milhões de toneladas.
A pressão virá do consumo do cereal na produção de álcool, que sobe para 122 milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais recuam para apenas 6,2% do consumo.
"São números perigosos", segundo Daniele Siqueira, analista da Agência Rural, de Curitiba. Ela lembra que, nesse patamar, os estoques de soja dos norte-americanos dariam para apenas 20 dias e os de milho, para somente 22.
Qualquer problema na safra da América do Sul -o que é possível devido à ocorrência do "La Niña" nesta safra na região- vai complicar o abastecimento dos EUA.
O mercado entendeu o recado dos números e as commodities agrícolas voltaram aos patamares de meados de 2008, antes da forte crise financeira vivida pelo mundo.
As cotações agrícolas, que já têm os preços impulsionados pelos fortes investimentos do mercado financeiro -há excesso de dinheiro girando pelo mundo-, agora sofrem também os efeitos dos chamados fundamentos de mercado: a demanda continua forte e a oferta diminui.
O primeiro contrato da soja foi a US$ 13,2 por bushel (27,2 quilos) ontem.