Incidência da ferrugem asiática da soja em MT é zero nesta safra, frisa a Aprosoja

Publicado em 30/12/2010 06:52
Mato Grosso, no ano passado, nesta mesma época, colecionava focos. Estiagem explica ausência.

Considerada o terror do sojicultor mato-grossense nas últimas safras e uma das responsáveis pelo aumento dos custos de produção, a ferrugem asiática da soja está sob controle – até o momento -, em Mato Grosso, na safra 10/11. Em 2009, nesta mesma época do ano, vários focos já tinham sido confirmados.

“Este ano o prolongamento da estiagem está contribuindo para o atraso no surgimento da doença, pois as condições ainda não são propícias para o desenvolvimento do fungo”, diz o agrônomo Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) e membro do Consórcio Nacional Antiferrugem. Ele informou, contudo, que em outros estados – como Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul – já foram detectados focos de ferrugem.

“Independente de termos ou não casos de ferrugem nesta safra, o produtor deve continuar atento e fazer o monitoramento diário da lavoura para evitar uma possível propagação da doença”, recomenda.

Segundo Nery Ribas, além de favorecidos pelo clima, os produtores fizeram este ano um bom trabalho durante o período do vazio sanitário, de 15 de junho a 15 de setembro, período em que é proibido o plantio de soja para evitar a manutenção do fungo no solo, o que é chamado de ponte verde, ou seja, fungos que passam de uma safra para a outra, e assim, retardar ao máximo o surgimento da doença e também reduzir a sua incidência. “Por isso acreditamos que a safra 10/11 será bem mais tranqüila”.

A recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é fazer o monitoramento efetivo da lavoura, com aplicações preventivas nos primeiros sintomas da doença. Segundo os agrônomos, o produtor deve estar atento à qualidade da aplicação, utilizando equipamentos bem regulados e uso das doses recomendadas. Lembrou que este ano, em decorrência do prolongamento da seca, os produtores terão que “redobrar a atenção e fazer um monitoramento permanente da lavoura”.

ATAQUE - Na safra 09/10, praticamente todas as lavouras de soja de Mato Grosso foram infestadas pela ferrugem asiática. De acordo com a Aprosoja/MT, mais de 600 focos foram registrados no Estado. A média foi de três aplicações, mas algumas lavouras chegaram a fazer até quatro aplicações de fungicidas nas regiões mais críticas como Vale do Araguaia e o leste mato-grossense, em função da realização de plantios tardios.

A Aprosoja/MT, que vem acompanhando a evolução da ferrugem asiática em Mato Grosso nas últimas safras, constata sérios prejuízos para os sojicultores. O principal deles é o aumento dos custos de produção, com perda de renda para o produtor, associado à queda da produtividade.

O agrônomo lembra que o tempo chuvoso e quente é propício para o avanço da ferrugem pelos campos e, por outro lado, acaba dificultando as aplicações de fungicidas, já que o produtor pode acabar tendo um resultado menor em decorrência das chuvas. “No ano passado, as condições climáticas - muito calor e alta umidade - provocaram a proliferação do fungo da ferrugem em várias regiões, gerando perdas no rendimento por hectares e elevação dos custos para o produtor”.

Nery Ribas informou que em 2010 houve uma redução dos intervalos das aplicações de fungicidas devido à intensificação e propagação dos fungos nas lavouras de soja. Em anos anteriores, por exemplo, o intervalo era de 20 a 25 dias entre as aplicações. Este ano o período encurtou para 10, no máximo 15 dias. Com isso, os produtores tiveram de fazer em média uma aplicação a mais nesta safra.

As regiões com o maior número de registros de ferrugem, em Mato Grosso, na safra passada (09/10), foram a oeste, norte, sul e leste. Itiquira, Alto Taquari, Guiratinga, Pedra Preta, Sinop, Sorriso, Campos de Júlio, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Diamantino e Nova Xavantina foram os municípios com maiores incidências.

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Aprosoja

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