Na Bahia, preocupação nas lavouras de soja é com a ferrugem asiática

Publicado em 25/01/2011 08:13
As lavouras de soja no oeste da Bahia se desenvolvem bem. O clima prejudicou um pouco a safra na época do plantio, mas agora, na reta final, as plantas estão bonitas. A preocupação é com a ferrugem asiática, doença que reduz a produtividade. Os primeiros casos no estado apareceram este mês.

Até agora na Bahia foram confirmados seis focos de ferrugem asiática na soja nas cidades de Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães.

“Nós temos seis ocorrências da ferrugem na região. Os produtores devem estar atentos e intensificar o monitoramento em suas áreas. Os produtores devem coletar folhas com pontos escurecidos. Olhar contra o sol. Se tiverem a confirmação in loco, eles devem comunicar a ocorrência para que o sistema de alerta seja acionado. Em caso de dúvida, temos quatro laboratórios de diagnose rápida que faz a análise de forma gratuita. Ele pode procurar os laboratórios com as amostras acondicionadas em sacos plásticos, com umidade e ar, para que possamos orientar se essas amostras são positivas ou negativas e eles possam proceder no controle de suas áreas”, orientou Nailton Almeida, agrônomo da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia.

Nesta safra, a ferrugem asiática foi detectada até agora em oito estados. O mês de janeiro é tradicionalmente o período em que os focos aumentam bastante.

Em Londrina, no norte do Paraná, fica a sede da Embrapa Soja, que coordena os trabalhos do Consórcio Antiferrugem, que monitora as lavouras e verifica como está o avanço da doença.

O agricultor Paulo Marques Mendonça observa o crescimento da soja com preocupação. Ele tem 390 hectares plantados em Cambé, no norte do Paraná. Já deveria ter aplicado o fungicida para combater a ferrugem, mas a chuva simplesmente não deixou. “Isso preocupa porque na safra passada nós perdemos cerca de 10% por causa da ferrugem”, explicou Mendonça.

Esse é o tipo de clima ideal para o aparecimento da ferrugem asiática. O fungo precisa de pelo menos seis horas seguidas de umidade para entrar na planta. Ele ataca a folha da soja, que cai antes da hora e deixa de produzir energia, comprometendo o desenvolvimento dos grãos. As perdas podem chegar a 60% da lavoura.

"A gente costuma dizer que ano bom para soja, que chove bem, acaba sempre sendo um ano bom para a ferrugem também”, disse o pesquisador Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja de Londrina.

O pesquisador explicou que o controle da doença é feito com fungicidas geralmente em duas aplicações. O custo médio é de uma saca por hectare, necessário já que as perdas podem ser bem maiores.

O pesquisador também dá a dica na escolha das sementes. “O plantio de cultivares precoces no início da época recomendada. Com isso, as plantas ficam menos tempo no campo e menos tempo sujeitas à infecção da doença”, orientou.

“Janeiro é um mês em que as ocorrências de ferrugem tendem a aumentar. Isso ocorre principalmente em função da maior parte das lavouras de soja já se encontrarem em estado reprodutivo. Com o desenvolvimento das plantas ocorre o fechamento da cultura e uma maior manutenção de umidade, menor insolação na parte de baixo, o que favorece a infecção do fungo. Esse ano, estamos bem mais tranquilos em relação à ferrugem. Hoje, temos ao redor de 800 focos cadastrados em oito estados. Comparando com a safra passada, já havia mais de 1,4 mil focos em 14 estados. A gente teve um atraso no início das chuvas, no início da safra, o que acabou desfavorecendo a implantação da lavoura em algumas regiões e também atrasou as primeiras ocorrências da ferrugem. A principal alteração que ocorreu este ano foi com relação ao controle químico, principal ferramenta no manejo da doença”, explicou Cláudia Godoy, agrônoma da Embrapa.

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Fonte: Globo Rural

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