Soja: Mercado fecha a terça-feira com mais de 30 pontos de baixa pressionada pela oferta brasileira

Publicado em 16/02/2011 06:20
Dentre outros fatores, pressão de oferta brasileira da oleaginosa derruba cotações futuras de soja, em Chicago.

Comentário:

Nesta terça-feira, quinze de fevereiro de 2011, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos novamente fecharam com perdas - desta vez perdas muito acentuadas - na Bolsa Mercantil de Chicago (CME), conforme a tabela acima. Firma-se entre os traders o sentimento de que a demanda global de soja (particularmente a demanda chinesa) se volta para o Brasil, em vez de para os EUA. Este aspecto foi dramaticamente colocado em evidência nesta data pelo anúncio de parte do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre o cancelamento por comprador não declarado (e de nacionalidade não  especificada, mas presumidamente chinesa) de uma importação de 110.000 toneladas da oleaginosa de origem norte-americana, para entrega durante o ano-safra estadunidense 2010/2011.

Ou seja, não apenas cessaram de ser reportadas novas compras de soja norte-americana pela China, como ainda circula o comentário de que compras antigas da oleaginosa dos EUA pelo grande país asiático estariam agora sendo canceladas e possivelmente substituídas a preços mais baixos pela oleaginosa de origem brasileira, já neste início de nossa safra nova. Além disso, mesmo internamente os preços futuros da soja chinesa cederam cerca de 0,7 %, no mercado noturno (overnight). A todos estes fatores baixistas somam-se ainda as perspectivas a cada dia mais favoráveis de excelente safra nova brasileira de soja, ao passo que, na Argentina, as regiões de sojicultora estão recebendo chuvas benéficas.

Do  ponto de vista da análise técnica, o gráfico abaixo de soja futura é fortemente baixista. Na sessão de ontem - segunda-feira - foi rompida para baixo a importante reta de suporte de longo prazo iniciada em outubro de 2010. Aquela reta era a representação gráfica da tendência primária de alta ora interrompida. Já na sessão futura desta terça-feira, a respectiva barra diária rompeu para baixo o nível de suporte correspondente à importante média móvel de 50 (cinquenta) dias. Os participantes do mercado futuro em Chicago estão a assistir o colapso das cotações futuras de soja perante a expressiva oferta sazonal da oleaginosa brasileira.

Por sua vez, o gráfico seguinte de petróleo indica que os preços futuros relativos a esta commodity líder estão apontando para baixo. Isso resulta em grande parte de amplos estoques de petróleo nos EUA, mas  também decorre do sentimento de muitos traders no sentido de que, possivelmente, recentes aumentos de exigências de depósitos compulsórios bancários e outras medidas restritivas à expansão de crédito adotadas na China estejam a traduzir-se em redução das importações de diversas commodities pelo grande país asiático.

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Fonte: SojaNet

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