Oriente Médio continua pressionando e soja volta a fechar em baixa

Publicado em 24/02/2011 18:47 e atualizado em 24/02/2011 19:21
A soja encerrou a quinta-feira em campo negativo na Bolsa de Chicago. Mesmo exibindo uma leve recuperação no meio da sessão, os preços sentiram a pressão dos conflitos no Oriente Médio e também das estimativas de produção maior no Brasil e na Argentina. 

Diante desses fatores, as cotações aumentaram parte dos ganhos, a aversão ao risco ficou mais expressiva e acabou fechando a sessão com uma leve baixa. 

Para o analista de mercado da XP Investimentos, Ricardo Lorenzet, o mercado se mostrou, mais uma vez, interessante, recuperando-se muito em relação às mínimas frente a um forte fluxo de compras comerciais e técnicas.

Confirmando essa tendência de delicadeza para os futuros dos grãos, o milho e o trigo também fecharam no vermelho. No caso do trigo, a perda registrada foi mais de 15 pontos. 

Segundo o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia - que está em Malta, ilha europeia que vem servindo de ponto estratégico para o resgate de estrangeiros que estão na Líbia - o conflito que acontece na Líbia pressiona os preços por conta dos investidores deixando. A alta do petróleo deveria estimular uma alta nos preços de derivados, como o óleo de soja e o etanol, entretanto, o resultado tem sido o oposto. "Os fundos de investimentos saem do mercado apesar de fatores de oferta e demanda", explica Cachia. 

O analista diz também que as cotações ainda se encontram em uma fase de ajustes, e vão se ajustando a medida que vão recebendo as informações do andamento dos protestos no Oriente Médio e norte de África. 

Entretanto, Cachia diz que, nos próximos anos, os países que hoje estão sob tensão, o poder aquisitivo dos mesmo só tendem a crescer e o primeiro investimento, certamente, será em alimentos. Essa demanda deverá ser mais um fator de alta para os preços.

A expectativa do analista, frente a isso, é de que os preços voltem a subir e sigam essa tendência. "Mesmo com o aumento de área e produção nos EUA, a oferta continuará comprometida e os fundamentos continuam altistas para as commodities agrícolas", enfatiza. 

Cachia orienta os produtores a tomarem atenção ao mercado interno apesar das boas expectativas. Mesmo com a reação em Chicago, as cotações podem não acompanhar a alta, em função de uma pressão sazonal do início da colheita no Brasil. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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