Soja: Produtor de MS quer mais prazo para pagamento

Publicado em 17/03/2011 07:32
As perdas de área plantada e de peso da soja são irreversíveis, mas não podem ser agravadas com a desqualificação da soja na hora da entrega ao armazém. A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, e traduz a apreensão registrada na reunião promovida pela entidade com presidentes de sindicatos rurais do Estado e lideranças do setor, na tarde de terça-feira (15).

Com a participação de lideranças rurais e da secretária estadual de Produção e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa, a reunião demonstrou a dificuldade dos produtores ao entregar a soja às trades e cerealistas diante da classificação apresentada para as condições de umidade e ardido do grão (quando a soja inicia o processo de fermentação). “Queremos chamar atenção do produtor para que acompanhe e discuta sobre a classificação, porque está havendo um arrocho por parte dos recebedores, nivelando a soja por baixo”, alertou Riedel.

Segundo os produtores, produto com 15% a 20% de ardido está recebendo classificação de 25% a 30%. “A negociação é particular e individual, mas o produtor precisa ficar atento para que o prejuízo não seja maior do que aquele já verificado no campo”, salientou o dirigente.

Sobre o percentual de quebra na safra sul-mato-grossense devido ao excesso de chuva nos primeiros dias de março, Riedel considerou que ainda é cedo para consolidar um diagnóstico definitivo porque os prejuízos têm percentuais diferenciados. Em municípios mais ao Norte do Estado, como São Gabriel do Oeste, já há comprovação de perdas acima de 50%. Na região central, que inclui Maracaju, o maior produtor do Estado, as estimativas ficam na faixa de 30% a 40% da safra comprometida. A partir da grande Dourados e municípios mais ao Sul as perdas foram menores, de até 5%.

“Sabemos que no conjunto a quebra foi expressiva, mas ainda não é possível contabilizar o impacto final porque as situações variam muito. E temos de uma semana a 10 dias para concluir a colheita, então ainda dependemos de como o tempo vai evoluir para contabilizar o fechamento”, salientou. Estimativas preliminares apontam redução de um milhão de toneladas de soja na safra do Estado.

Em relação a medidas para minimizar as dificuldades dos produtores, a Famasul, juntamente com o Governo do Estado, vai buscar apoio do Ministério da Agricultura para que na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) seja avaliada proposta de prazo adicional para o pagamento dos financiamentos agrícolas aos produtores dos municípios em situação de emergência. Outra medida é a solicitação ao Governo Federal de uma linha de crédito emergencial com taxas de juros menores e prazos mais longos para o produtor custear a próxima safra.

A reunião com agentes da cadeia agropecuária de Mato Grosso do Sul teve a presença de representantes do Banco do Brasil, Superintendência Federal da Agricultura (SFA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Associação dos Produtores de Soja (AprosojaMS), Fundação Chapadão, Associação dos Produtores de Sementes e Mudas (Aprosul), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Estiveram presentes representantes de sindicatos rurais dos municípios de Bandeirantes, Bonito, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Maracaju, Miranda, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Porto Murtinho, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia.

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Fonte:
Correio do Estado

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