Perdas em lavouras de soja em municípios de Goiás chegam a 40%

Publicado em 24/03/2011 09:57
Em Goiatuba, onde arrecadação depende do setor rural, prejuízo pode ultrapassar R$ 120 milhões.
Em Goiás, 14 municípios podem decretar situação de emergência por causa das perdas provocadas pelas chuvas nas lavouras de soja. Em Goiatuba, no sul do Estado, 40% das plantações estão comprometidas e o prejuízo pode ultrapassar R$ 120 milhões.

A preocupação com o clima é tão grande que produtores permanecem com as máquinas na lavoura. No menor sinal de tempo seco, o trabalho é retomado, mas isso não acontece há um bom tempo.

Durante o mês de março, só não choveu em três dias. Áreas que deveriam ser colhidas há mais de uma semana estão sofrendo com o excesso de umidade. Na parte de baixo da planta, os brotos revelam que muita coisa está perdida. As plantas da lavoura e a qualidade dos grãos indicam que a renda do produtor já está comprometida.

A soja chega ao armazém com alta umidade. A secagem é complicada e, em alguns casos, impossível, o que diminui bastante o valor do produto.

No setor de recebimentos de grãos da cooperativa da cidade, em plena safra, não há movimento de caminhões. Quando chega algum carregamento, de 20 mil quilos, por exemplo, apenas 60% passam pela classificação.

– A soja está chegando com umidade muito alta, um número de avariado muito alto. E a sequência do avariado é arder e perder. A situação é meio desesperadora em toda região – diz Antônio Arcensio Neto, presidente da Cooperativa Mista dos Produtores de Soja de Goiatuba.

Para discutir a crise da safra no sul de Goiás, o sindicato rural de Goiatuba reuniu produtores dos municípios da região. O segmento pede a decretação do estado de emergência por parte da prefeitura, medida que pode respaldar as perdas provocadas pelas chuvas. Goiatuba segue o caminho de outros 13 municípios do Estado, que enfrentam a mesma situação. As prefeituras da região são as mais preocupadas com os problemas durante a colheita.

– A prefeitura de Goiatuba está aguardando apenas o laudo técnico do sindicato rural para avaliar essas perdas, e vamos sim entrar com o estado de emergência imediatamente. O setor agrícola corresponde a 90% da nossa arrecadação – afirma Saburo Hayasaki, vice-prefeito de Goiatuba.

As medidas legais foram discutidas na reunião, inclusive com representantes do banco do Brasil. Tanto a instituição financeira quanto o sindicato rural esperam que o levantamento técnico que começa a ser feito agora aponte soluções que diminuam os prejuízos dos agricultores.

– Com certeza o banco está ciente, é bastante preocupado tanto quanto os produtores. Uma situação atípica. Cada caso vai ser avaliado individualmente. O produtor que tiver problema, pode nos procurar na agência que nos vamos verificar o melhor caminho para resolver – garante Aldimir Campos Diniz, gerente do Banco do Brasil.

– A orientação para o produtor rural é que procure os escritórios de planejamento técnico. O engenheiro agrônomo que fez o projeto de plantio da lavoura deve registrar a situação da lavoura que se encontra atualmente. Os grãos ardidos, os grãos brotando. Isso tem que ser fotografado, tem que ter um relatório, porque é em cima desse laudo que o Banco do Brasil vai se embasar, que as seguradoras vão usar para um possível ressarcimento financeiro dessas lavouras – afirma Paulo Henrique Garcia Cardoso, presidente do sindicato rural de Goiatuba.

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Canal Rural

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