Ferrugem da Soja: Incidência da doença reduziu 92% no MT

Publicado em 14/04/2011 08:57

Com quase 100% da safra 10/11 colhida, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) divulgou ontem levantamento apontando queda de 92% no número de focos de ferrugem asiática nas lavouras de soja de Mato Grosso, em relação à safra anterior (09/10). De acordo com a Aprosoja/MT, este ano foram confirmados apenas 50 casos de ferrugem, contra 623 na safra anterior. O número de municípios com a presença da doença diminuiu de 52 para 14, recuo de 73%, o mesmo acontecendo com o número de amostras, que foi reduzido em 52,44%, de 4.003 para 1.904 na atual safra.

Os municípios com registro de ferrugem este ano, em Mato Grosso, foram Comodoro, Campos de Júlio, Sapezal, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Arenápolis, Diamantino, Sorriso, Sinop, Campo Verde, Primavera, Rondonópolis e Nova Xavantina. O município com o maior número de casos registrados este ano foi Sorriso com 24.

"De um modo geral, o resultado foi bom este ano”, avalia o agrônomo Luis Nery Ribas, coordenador do Programa de Ferrugem da Aprosoja/MT. Ele destaca a estiagem prolongada e o período do vazio sanitário os principais fatores para a menor incidência da doença no Estado. “Os produtores fizeram um bom trabalho e o clima quente por um período mais longo também favoreceu”. A média de aplicações de fungicidas nesta safra foi reduzido para 2,5, contra três no ciclo 09/10.

Nos últimos anos, as perdas com a aplicação de fungicidas consumiram boa parte da renda dos produtores mato-grossenses. De acordo com levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no ciclo 6/07, todas as lavouras de soja foram infectadas pela ferrugem asiática. Algumas lavouras chegaram a fazer até cinco aplicações de fungicidas nas regiões mais críticas como o Vale do Araguaia e o leste, em função da realização de plantios tardios.

Os técnicos defendem investimentos em pesquisa para se chegar rapidamente a uma variedade resistente à ferrugem asiática. “Por enquanto, as informações agronômicas e dos pesquisadores indicam uma extrema dificuldade em se conseguir esse tipo de variedade porque o fungo da ferrugem sofre rápidas mutações, o que vem quebrando a resistência das variedades testadas”, frisa o agrônomo Carlos Bortolini Júnior. Ele observa que ano após ano vem aumentando a resistência da doença aos fungicidas, o que tem exigido um maior número de aplicações. “Por isso entendemos que a ferrugem deve ser tratada como uma epidemia”, disse ele.

Na safra 09/10, as condições climáticas - muito calor e alta umidade - provocaram a proliferação do fungo da ferrugem em várias regiões, gerando prejuízos aos produtores. As regiões com o maior número de registros foram oeste, norte, sul e leste. Itiquira, Alto Taquari, Guiratinga, Pedra Preta, Sinop, Sorriso, Campos de Julho, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Diamantino e Nova. Nesta safra, as perdas atingiram principalmente a soja de ciclo médio.

RECOMENDAÇÃO - Nery Ribas alerta os produtores para os cuidados que devem ser tomados após a colheita da safra de milho, em junho. “Os produtores devem destruir as plantas tigueras para evitar a propagação do fungo e respeitar o período do vazio sanitário, que vai de 15 de junho a 15 de setembro”. Nesse período – em que o plantio de soja fica proibido em todo o país - técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e da Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MT) sairão a campo para fiscalizar as lavouras de soja e milho do Estado. (MM)

 

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Fonte:
Diário de Cuiabá

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