Preço da soja reage no mercado interno

Publicado em 17/05/2011 07:28 e atualizado em 17/05/2011 09:35
Com a colheita da soja praticamente encerrada em Mato Grosso - maior Estado produtor do país -, os produtores se concentram agora em identificar o melhor momento para a venda. Mesmo com o elevado volume disponível para negociação, a estratégia dos produtores de reter a soja à espera de um novo movimento de alta já está provocando uma reação dos preços, que voltaram a subir no mercado doméstico.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), a espera pelo melhor momento para a venda - depois de os produtores terem entregado a parte da soja negociada antecipadamente - reduziu o ritmo de comercialização em praticamente todo o Estado. Mas a estratégia começa a dar resultado. Em Rondonópolis, uma das principais praças de negociação da soja mato-grossense, a saca foi negociada ontem a R$ 40,00, maior valor registrado desde meados de abril.

"Por conta do cumprimento dos contratos, os produtores estão esperando uma melhora nos preços para que possam negociar o produto que está estocado nos armazéns, isso fez com que o mercado disponível registrasse poucos movimentos na semana", diz o último relatório do Imea.

Até a última sexta-feira, 84% da produção de Mato Grosso havia sido negociada, segundo levantamento da consultoria Céleres. O desempenho é apenas um ponto percentual superior ao registrado na semana anterior, porém, está acima dos 73% registrados no mesmo período do ano passado.

O ritmo mais lento de comercialização identificado em Mato Grosso também é observado em todo o país. Os dados da Céleres mostram que 64% da safra já foi comercializada no Brasil, avanço de apenas um ponto percentual em relação à semana passada e um a menos que a média dos últimos cinco anos.

A expectativa dos produtores brasileiros para uma nova onda de alta nos preços da soja se deve ao atraso do plantio da safra americana. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o último domingo apenas 22% da área de soja havia sido cultivada. O desempenho é 15 pontos percentuais menor que o registrado no mesmo período do ano passado e nove inferior à média dos últimos cinco anos nos EUA.

O relatório da Céleres indica que o atraso ocorre nos três Estados de maior representatividade na produção. "Neste início de ciclo da soja nos EUA, as expectativas quanto à produtividade para as lavouras da região Leste do 'Corn Belt' e do Delta americano começaram a preocupar", diz o relatório da consultoria.

Apesar de ainda atrasado, o plantio da soja nos Estados Unidos avançou de forma expressiva na última semana. Na semana encerrada no dia 8 de maio apenas 7% da área havia sido cultivada. Com o avanço para 22% em apenas uma semana, os preços da soja na bolsa de Chicago recuaram ontem. Os contratos com vencimento em agosto fecharam o dia valendo US$ 13,225 por bushel, em baixa de quatro centavos de dólar (0,53%).

Além do avanço do plantio, há expectativa de uma grande safra proveniente da América do Sul, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Isso tende a elevar a oferta no mercado e pressionar os preços nas próximas semanas. "Estamos nadando na oferta e temos grandes colheitas vindo da América do Sul", disse Chad Henderson, analista de mercado da Prime Agricultural Consultants.

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Fonte:
Valor Econômico

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