Soja resistente à ferrugem vai reduzir o uso de fungicida
A Fundação ABC, de Castro, foi uma das instituições que recebeu a nova semente para testar a resistência ao fungo que provoca a ferrugem, Phakopsora pachyrhizi. Nas áreas monitoradas, “as cultivares tradicionais exigiram duas aplicações; com a Inox, o produtor precisaria fazer somente uma aplicação nesta safra”, disse ontem o especialista. A expectativa é que a variedade ofereça vantagens em produtividade, como em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os produtores chegam a gastar o equivalente a dois sacos (60 quilos) de soja por hectare para controlar a ferrugem. Quando a doença se alastra, as perdas de rendimento podem chegar a 30%.
Depois de ter lançado o produto no Cerrado brasileiro em 2008, a TMG quer expandir seu mercado nos estados do Sul. Os detalhes da nova cultivar, adaptada às condições climáticas da região, serão anunciados em entrevista coletiva nesta tarde.
A novidade chega uma semana após o início do vazio sanitário, período em que as lavouras devem ficar totalmente limpas, sem plantas remanescentes de safras anteriores. Para Schipanski, a soja Inox não dispensa essa medida, mas contribui para um maior controle da doença. “É mais uma ferramenta dentro do pacote de tecnologias que o produtor de soja tem à sua disposição. Infelizmente, não podemos dizer que a ferrugem vai ser extinta por causa disso”, ressalta.
A primeira safra com soja antiferrugem no Brasil foi a 2010/2011, quando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também lançou uma semente resistente à doença. Coincidência ou não, de lá para cá, o sistema de alerta que contabiliza os focos do fungo em todos os estados produtores apresentou significativa redução no número de ocorrências, de 2.370 para 707 casos no ano passado.
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