China importou 63% da soja de Mato Grosso

Publicado em 28/06/2011 07:48
As exportações mato-grossenses do grão estão cada vez mais dependentes do apetite chinês enquanto demanda da UE recua.
As exportações mato-grossenses de soja têm apenas um único grande destino: a China. Conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), do total embarcado até maio deste ano, 63,6% do volume foi comprado pelos chineses, o maior parceiro comercial do Estado. Mas os números, mesmo superlativos, apontam para um nível de dependência preocupante, como destaca o Instituto, já que a China é responsável por mais de 50% do consumo da soja estadual.

No acumulado de janeiro a maio deste, foram exportados 4,56 milhões de toneladas. Deste total, os chineses compraram 2,90 milhões de toneladas. Em valores financeiros, isso representa US$ 1,41 bilhão vindo do país asiático, enquanto o total recebido pelas exportações de soja de Mato Grosso somaram US$ 2,23 bilhões.

Nestes cinco primeiros meses do ano, Mato Grosso atingiu receita de US$ 4,11 bilhões em vendas totais. O maior consumidor foi o continente asiático que importou US$ 2 bilhões, ou 48,65% do faturado pelo Estado. Neste bloco, a China foi responsável por 35,20%, com US$ 1,44 bilhão. Comprando o total de compras efetivado pelos chineses com o volume gasto com a aquisição de soja, observa-se que mais de 97% dos recursos foram para compra da soja.

O segundo maior consumidor da soja estadual é a União Europeia que importou no período 20,4% do total das exportações do Estado, 932 mil toneladas, uma diferença de 43,2 pontos percentuais a menos em relação à China. “Vale considerar que os europeus dão preferência à soja convencional, que representou 35% da produção total de Mato Grosso da safra 10/11”.

Ainda como destaca o Imea, no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pode-se observar que tanto a China como a União Europeia são altamente importadores da oleaginosa. Segundo os dados projetados, a China passará a importar 7% a mais que na safra passada. Já a União Europeia irá diminuir em 5% suas importações, destacando que grande parte da soja despachada para a Europa é convencional. “O maior consumidor é a China, com 26% do consumo mundial na safra atual (10/11), e o USDA projeta que esta participação no consumo mundial será de 28% na próxima safra (2011/12). Com esses fatores, a tendência dos estoques finais da China e da União Europeia será menor cerca de 3% e 6%, respectivamente, o que traz boas perspectivas para os preços no decorrer dos próximos meses”.

POUPANÇA - A disputa por grãos é uma tendência já anunciada pelo mercado – e aguardada pelos produtores – em razão da diminuição do produto disponível para comercialização em nível mundial. Levantamento do Imea revela que o estoque atual de soja, em Mato Grosso, representa apenas 10,5% do total produzido nesta safra 10/11, ou seja, 2,2 milhões de toneladas. “Restando ainda sete meses para a colheita da próxima safra, este produto passa a ser uma poupança do produtor, podendo trazer maior lucratividade, pois a maior parte das dívidas de plantio e colheita está quitada, fazendo assim com que este produto restante seja contabilizado como lucro líquido. Como neste período de entressafra nacional os preços adotados estão menores que em outras épocas, este produto entrará no mercado quando as cotações tomarem rumos ascendentes, que historicamente costuma ocorrer a partir de setembro”.

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Fonte:
Diário de Cuiabá

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