Pesquisa busca soja adaptada ao encharcamento gaúcho

Publicado em 17/08/2011 09:10
Pesquisadores estão tentando identificar cultivares de soja tolerantes às condições do solo encharcado do Rio Grande do Sul para incrementar a produção do grão em uma área que vai da fronteira oeste, passa pela Metade Sul e chega até o litoral gaúcho. São cinco milhões de hectares caracterizados pelos chamados solos hidromórficos, área tradicionalmente destinada ao cultivo do arroz irrigado e que vê na soja uma opção de rotação e, consequentemente, uma nova fonte de renda.

Os solos hidromórficos apresentam problemas de drenagem, facilitando a retenção de água na superfície e formando áreas alagadas. A soja, ao contrário do arroz, é uma planta que tem dificuldades de sobreviver a estas condições: a oleaginosa sofre com a falta de oxigênio, reduzindo e até mesmo inviabilizando a sua produtividade.
"O estresse do encharcamento afeta grande parte do território gaúcho. Dos cinco milhões de hectares hidromórficos, três milhões são destinados à cultura do arroz irrigado. A soja vem ganhando espaço nessas áreas, em sistemas de rotação com a cultura do arroz, e hoje já ocupa uma área superior a um milhão de hectares", explica a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) Beatriz Emygdio, líder do projeto de pesquisa - denominado Prospecção de genes para tolerância ao estresse de encharcamento em soja.

"No entanto, em razão das condições dessas áreas, a produtividade média da soja ainda é muito baixa quando se comparada às produtividades alcançadas no norte do estado", complementa Beatriz.

O objetivo da pesquisa, feita pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), Embrapa Soja (Londrina/PR) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é identificar cultivares de soja com maior tolerância ao estresse, permitindo uma maior adaptação às condições do encharcamento e um conseqüente aumento de produtividade. 

Resultados
Até agora, o Projeto já identificou cultivares comerciais com tolerância ao encharcamento e gerou um banco de dados com sequências gênicas relacionadas ao estresse.
Para analisar os resultados do projeto e definir os próximos passos da pesquisa, os pesquisadores vão reunir a comunidade científica em Pelotas nos próximos dias 17 e 18 de agosto em um workshop. O evento contará com a participação do pesquisador americano Takeshi Fukao, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), um dos principais nomes da pesquisa sobre estresses abióticos.

Iniciado em 2008 e com conclusão prevista para março de 2012, o Projeto é financiado pelo Fundo Embrapa-Monsanto.

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Fonte:
Embrapa

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