Circuito Tecnológico: Ambiente e logística na lista de preocupações

Publicado em 21/10/2011 09:51
Da conversa com produtores do Circuito Tecnológico, as equipes da Aprosoja têm trazido importantes feedbacks. Um deles é o empenho em buscar a regularização ambiental, apesar das dificuldades com a pouca estrutura existente nos órgãos públicos ligados ao assunto e a espera pela aprovação do novo Código Florestal no Senado.

Um exemplo é o produtor Vitor Márcio Dumoncel, de Nova Marilândia, que está totalmente adequado às exigências ambientais: já tem a licença ambiental única (LAU), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e todas as reservas e áreas de proteção pedidas pelo texto do novo Código Florestal aprovado pelos deputados federais. “Tenho toda a documentação regularizada”, comemora.

Já o produtor Paulo Cesar Donida, de Tangará da Serra, tem tido problemas para se adequar. “É difícil, a gente quer regularizar as áreas, mas não consegue porque os órgãos dificultam muito. No meu caso, já estou indo pro sétimo ano em que estou esperando para tirar a documentação e não consigo. Falta mais estrutura nos órgãos para atender a nossa demanda”, afirma.

Apesar das dificuldades, o interesse tem sido pela regularização. “Eu acho que os produtores que ainda não se adequaram têm essa missão, para que Mato Grosso possa ser reconhecido como um Estado organizado, ajustado na questão ambiental. É nossa tarefa nos regularizarmos”, convoca Dumoncel.  

Outro retorno importante tem sido a reclamação a respeito da precária condição das rodovias usadas para o escoamento da produção. Em Nova Ubiratã, a equipe 2, coordenada pelo supervisor de campo Rodrigo Fenner, passou a terça-feira (18.10) enfrentando estradas de chão em péssimo estado. “Essa tem sido uma reclamação constante dos produtores, porque agora, com as chuvas, a situação piora ainda mais. Encontramos muitos buracos e uma carreta atolada na MT-242, e mesmo com uma caminhonete traçada, tivemos dificuldade em seguir adiante. Agora imagine o cidadão que atravessa esse trecho diariamente”, observa Rodrigo.

E o problema não é pontual. Em Tangará da Serra, o produtor Paulo Cesar Donida, que planta 3,6 mil hectares de soja, ainda sofre com estradas de terra que o levam da fazenda ao entrocamento das rodovias estaduais. “Nossa maior dificuldade é a estrada, porque na época da chuva, aparece muito buraco, e fica difícil para todos nós. O resultado é que o frete fica mais caro, chegando até uns 15% de prejuízo”, contabiliza.  

Clima – Além de acompanhar in loco as dificuldades deste início de safra, o Circuito Tecnológico permite também um monitoramento mais técnico das lavouras. Nesse quesito, o clima tem sido o principal fator de atenção. Em Nova Ubiratã, a terça-feira transcorreu sem chuva durante o dia, com forte precipitação no final da tarde. Rodrigo Fenner explica que naquela região ‘São Pedro’ tem sido bem generoso com o plantio. “Aqui tem sido sol de dia e chuva de noite. Assim os produtores conseguem plantar bem, tanto que todos parecem satisfeitos com a germinação”, comenta.

Em Lucas do Rio Verde, a chuva chegou de dia, mas já há produtores que encerraram o plantio. “Visitamos fazendas com pequenos módulos de plantio, em que alguns produtores já terminaram os trabalhos, e outros encerraram nesta quarta-feira (19.10) essa etapa”, informa o supervisor de campo Eliandro Zaffari, da equipe 3.

Já José Luiz Steffen, produtor de Diamantino, está ansioso com o clima. “A previsão é de que vamos ficar sem chuva até novembro. Por enquanto não há risco, mas se as previsões de mantiverem, pode ocorrer problema sim”, afirma, cauteloso. Steffen planta em 400 hectares e explica que o clima pode interferir também na incidência de pragas, além de afetar o desenvolvimento propriamente dito das plantas.

 

Saiba Mais – O Circuito Tecnológico 2011 é um projeto idealizado pela Aprosoja que já está em sua terceira edição. Neste ciclo 2011/12, está percorrendo os principais municípios produtores de grãos do Estado de Mato Grosso, acompanhando in loco o plantio da safra de soja. O objetivo é buscar junto aos produtores as informações e acompanhamento da safra, anseios e expectativas perante o cenário que se apresenta. Esse conteúdo dará base para diversas ações da Aprosoja para o próximo ano.

Nesta edição, o Circuito Tecnológico conta com cinco equipes técnicas e sua programação está dividida em duas etapas: a saída ocorreu no dia 17 de outubro, e na primeira semana (17 a 21 de outubro) serão visitadas as regiões Norte e Oeste do Estado. Na segunda semana (24 a 28 de outubro), é a vez das regiões Sul e Leste.

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Aprosoja

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