Etanol entra em “segundo estágio” na agenda bilateral Brasil-EUA

Publicado em 02/04/2012 15:19
A agenda das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos (EUA) avançou muito e hoje já trata do etanol em um “segundo estágio,” posterior ao fim da tarifa de importação americana que incidiu sobre o biocombustível brasileiro por mais de três décadas e expirou no final de 2011. Daqui para a frente, é fundamental que o esforço em prol do etanol brasileiro no exterior continue, na opinião do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank. Ele levou essa mensagem a um almoço realizado na terça-feira (27/03) organizado pela Embaixada Brasileira em Washington, nos Estados Unidos, que reuniu 45 pessoas, inclusive lideranças políticas americanas, que de alguma forma participaram do trabalho que levou ao fim da tarifa sobre o etanol brasileiro.

“Tarifas de importação sobre etanol impostas por Brasil e Estados Unidos agora são algo do passado. Como líderes na produção e utilização de etanol no mundo, temos o dever de trabalhar juntos pela disseminação do etanol e a eliminação de barreiras tarifárias em nível global. Refiro-me a esforços tecnológicos para ganhos de eficiência, um trabalho conjunto para redução de tarifas que incidem sobre o produto em todo o mundo para que, de fato, o etanol torne-se uma commodity internacional,” afirmou Jank em discurso (em inglês) durante o evento, que teve a presença do embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira, dos deputados americanos Devin Nunes (Republicano da Califórnia), Bobby Rush (Democrata de Illinois) e Steve Cohen (Democrata do Tennessee), além de assessores parlamentares, representantes do setor privado e de importantes instituições como a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, o Conselho Empresarial Brasil-EUA, Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), o “think-tank” Inter-American Dialogue, o Centro de Estudos Internacionais Estratégicos da Universidade Johns Hopkins (CSIS), O Conselho Internacional de Políticas Internacionais para Alimentos e Agricultura e o Instituto Brasil do Woodrow Wilson Center.

Em dezembro de 2011, o Congresso dos EUA permitiu que os subsídios domésticos e a tarifa que incidia sobre o etanol importado expirassem após mais de 30 anos de renovações pouco questionadas, eliminando, assim, um programa que custava US$6 bilhões anualmente aos cofres públicos. O Brasil zerou sua tarifa no início de 2011 e recentemente anunciou a manutenção dessa decisão até 2015.

Cooperação Energética

Para o embaixador Mauro Vieira, o fim da tarifa americana sobre o etanol teve grande importância no contexto das relações entre Brasil e Estados Unidos. O diplomata afirmou que a cooperação energética será uma dos assuntos prioritários durante a visita da Presidente Dilma Rousseff a Washington, marcada para o dia 9 de abril. “Isto estará na pauta,” afirmou.

Durante o almoço, Jank entregou o troféu “UNICA/Apex-Brasil para os Campeões de Livre Comércio do Hemisfério Ocidental,” criado para a ocasião, ao embaixador Vieira e aos deputados Devin Nunes e Joseph Crowley. Ao receber a homenagem, Nunes, que é co-presidente da Frente Parlamentar do Brasil na Câmara de Deputados americana, afirmou que Brasil e Estados Unidos são parceiros naturais e de grande relevância para as relações comerciais no hemisfério. 

Avanço tecnológico

Jank fez referência ao encontro do presidente Barack Obama com Dilma Rousseff em Brasília em 2011, quando foram discutidas formas de cooperação entre os países para aprofundar a agenda energética de baixo carbono. “Nossas nações têm muito a contribuir para essa e diversas outras questões de grande relevância para o setor energético global,” lembrou o executivo da UNICA ao citar o Memorando de Entendimentos sobre Biocombustíveis, assinado em 2007 pelos então presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva.

O almoço em Washington fez parte de uma agenda de encontros cumprida por Marcos Jank com integrantes do legislativo americano e da administração do presidente Barack Obama, que incluiu paradas no United States Trade Representative (USTR, ministério do comércio exterior), no Departamento de Estado Americano e na sede do BID. O banco é apoiador de um dos projetos mais bem-sucedidos da UNICA na atualidade, o Projeto RenovAção, desenvolvido para requalificar ex-cortadores de cana impactados pela mecanização da colheita. O RenovAção já equipou 5 mil trabalhadores para novas funções, dentro e fora do setor sucroenergético.
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Fonte:
Unica

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