Atraso na moagem afeta as exportações de açúcar

Publicado em 24/05/2012 13:32
Estoques aguardam chegada em maior volume de produto da safra nova para manter vendas.
O atraso na produção de açúcar  no centro-sul do país está afetando o ritmo de exportações nos portos brasileiros. Na quarta, dia 23, os terminais portuários de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES) tinham programados embarques de 1,036 milhão de toneladas do produto, metade do que estava programado no mesmo período do ano passado (2,1 milhões de toneladas), conforme informações da SA Commodities/Unimar Agenciamento Marítimos.

Com uma produção em abril de apenas 542 mil toneladas da commodity (34% abaixo de abril de 2011), as usinas da região Centro-Sul vêm queimando estoques trazidos da entressafra para fazer frente aos embarques já contratados. Neste momento mais apertado, os estoques aguardam a chegada em maior volume de produto da safra nova para seguir exportando a commodity nos prazos firmados.

O início da moagem na região atrasou em pelo menos 20 dias e as chuvas em abril acentuaram o problema, uma vez que dificultam a colheita. 

A tendência, dizem especialistas, é que nos próximos meses — com o aumento da moagem de cana — esse atraso seja recuperado, pois uma parte importante da exportação prevista pela região já foi vendida antecipadamente. No entanto, o atraso dos embarques e o segundo ano consecutivo de estagnação da produção de açúcar no país coincidem com o momento em que a Tailândia e, em menor escala, a Índia continuam agressivas na exportação da commodity.

No ano passado, o Brasil, maior exportador global da commodity, perdeu mercado. O market share do país recuou de 50% para 46%, sobretudo com o avanço da Tailândia. O país asiático terá neste ciclo mundial 2011/12, que se encerra no fim de setembro, uma produção de 10 milhões de toneladas e uma exportação de sete milhões — o Centro-Sul do Brasil embarcou 22 milhões na safra 2011/12. Além de avançar em mercado brasileiro, a Tailândia, com sua grande produção, “neutralizou” o efeito da menor safra no Brasil nos preços internacionais. O resultado é que as cotações, em vez de subir, seguem derretendo em Nova York.

A China, mercado para o qual o Brasil embarcou 2,137 milhões de toneladas em 2011 (75% mais que em 2010), deve ter como seu aliado neste primeiro semestre o açúcar tailandês. A previsão da Thai Sugar Trading Corp., maior exportadora do país, é que no período sejam embarcadas 600 mil toneladas aos chineses. Em todo o ano passado, foram 277,6 mil toneladas. Já a Índia, apesar do barulho, embarcou apenas 1,4 milhão de toneladas, abaixo das expectativas do mercado.
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Fonte:
Agência Brasil

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