Cana-de-Açúcar: Safras divulga primeira sondagem para a temporada 2013/14

Publicado em 08/01/2013 13:52
"As usinas investiram muito com capital próprio ou com emissão de títulos pra a renovação do canavial, possibilitando, assim, uma Expansão continuada da produção”, explica Maurício Lima Maruci, analista sênior de Safras & Mercado.
A produção de cana-de-açúcar do centro-sul e do Brasil deve apresentar uma recuperação em 2013/14. É o que aponta a primeira sondagem de Safras & Mercado para a safra do ano que vem. Para o centro-sul, a expectativa é de uma safra de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, representando um crescimento de 15,4% sobre os números da temporada anterior, que apontam uma produção de 520 milhões de toneladas. Enquanto isso, a projeção para a produção geral de cana-de-açúcar de SAFRAS & Mercado é de 630 milhões de toneladas (+2,8%).
    
Segundo a sondagem, a produção de açúcar na principal região do Brasil vai diminuir 2,8% em 2013/14, para 35 milhões de toneladas, contra as 36 milhões de toneladas indicadas para 2012/13. Já a produção total de etanol, ao contrário, deve crescer expressivamente, passando de 19,80 bilhões de litros para 23,5 bilhões de litros (+18,7%).
 
 Segundo o analista de Safras & Mercado, Maurício Lima Muruci, a expectativa de incremento na moagem de cana-de-açúcar para o Centro-Sul é ainda um reflexo do alto índice de renovação dos canaviais na região. "Embora os programas do BNDES, como o Prorenova, tenham tido uma demanda relativamente baixa, pelo alto nível de exigência do banco, as usinas investiram muito com capital próprio ou com emissão de títulos pra a renovação do canavial, possibilitando, assim, uma Expansão continuada da produção", destaca.
    
A retração esperada na produção de açúcar é justificada pelo fato da rentabilidade desse segmento ter sido extremamente baixa em 2012, e pela tendência de piora para 2013, aponta Muruci. Simultaneamente a essa redução na receita do açúcar, o etanol apresentou um comportamento inverso, sendo beneficiado no último trimestre de 2012 pelas as exportações para os Estados Unidos. De novembro para dezembro, por exemplo, o volume de embarques mais do que dobrou.
    
"O mercado internacional está demandando muito etanol, e as usinas estão maciçamente focadas para a exportação, uma vez que o mercado interno gera prejuízo, tanto na venda de açúcar como pela venda de etanol", aponta Muruci. Segundo ele, nem mesmo a expectativa de aumento no preço da gasolina, que proporcionaria um vetor de neutralização na queda histórica de competitividade do etanol, não é mais tão latente pelo lado das usinas, pois agora o mercado já encontrou outro viés de ganho, através das exportações. "Na prática, esse clamor pelo aumento da gasolina, que existe há pelo menos dois anos, quando der resultado, já será muito tarde, pois as usinas já estão exportando", finaliza.
 
A seguir, quadro detalhado com a estimativa de colheita da safra brasileira de cana-de-açúcar:


Fonte: Agência Safras & Mercado

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