Produção de etanol misturado à gasolina deve crescer 28,29%

Publicado em 29/04/2013 16:10
A produção de etanol anidro (destinado à mistura com a gasolina) no Centro-Sul do País deve crescer 28,29% na safra 2013/2014 em relação ao período anterior, segundo estimativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). De acordo com diretor técnico da entidade, Antonio Padua Rodrigues, o crescimento está relacionado ao aumento do percentual de etanol na gasolina, que passará de 20% para 25% a partir desta quarta-feira. "Não temos a menor dúvida de que o aumento tem relação com o limite de mistura que foi ampliado", declarou.

Segundo Rodrigues, o crescimento deve ocorrer com mais destaque nas unidades produtoras da Região Centro-Sul, representadas na Unica, devido às condições climáticas do Norte e Nordeste. "A demanda (de anidro) no Brasil deve crescer 2,3 bilhões de l. Sabemos que a safra do Norte/Nordeste vai ser menor, porque eles estão sofrendo muito com a seca. Por isso, toda essa produção adicional tem que se dar aqui na nossa região", justificou. Em número absolutos, a produção de etanol anidro passará de 8,7 bilhões de l para 11,2 bilhões.

Em termos gerais do setor, o aumento da moagem de cana-de-açúcar é estimado em 10,67%. O volume de cana a ser processado, que é dividido entre a produção de açúcar e etanol, deve passar de 532,76 milhões de t para 589,60 milhões neste ciclo. "É uma previsão otimista e parte da premissa de que tudo vai correr bem, que vai ser mantido o aumento da mistura (na gasolina), que serão mantidos os níveis de exportação do ano passado", declarou o diretor técnico.

Os resultados acumulados este ano, até a primeira quinzena de abril, entretanto, mostram um processamento de cana aquém do esperado, com 8,82 milhões de t. O valor é significativamente inferior ao volume de 27,74 milhões de t moídas no mesmo período da safra 2010/2011, quando, a exemplo deste ano, havia grande volume de cana disponível para processamento. Na avaliação de Rodrigues, isso se deve a um início de safra chuvoso, o que comprometeu a moagem estimada para o final de março e o início de abril, mês que inaugura a safra. "Esperamos números mais positivos no andamento da safra", destacou.

Rodrigues reforçou que os produtores estão prontos para atender à demanda gerada pela medida do governo de incrementar a adição de etanol na gasolina. "Temos fábrica para isto (produção de etanol anidro). Grande parte deste mercado já está contratado pelas distribuidoras. Os contratos já foram registrados na Agência Nacional do Petróleo (Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Estamos prontos", destacou. Com o aumento da safra, ele informou que não deve haver problema no abastecimento.
O setor sucroenergético deve assumir um perfil mais alcooleiro nesta safra. O percentual de produção de açúcar reduzirá de 49,54%, registrado na safra 2012/2013, para 46,22%. O percentual de etanol, por sua vez, crescerá 3,32 pontos percentuais, passando de 50,46% para 53,78%. Entre as razões para a produção do biocombustível se tornar mais atrativa, Rodrigues cita "o aumento do preço da gasolina no início do ano, o maior teor de etanol e a recente desoneração do Pis/Cofins (Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), aliado ao superávit no mercado mundial de açúcar".

De acordo com o diretor técnico, a expectativa do setor é que não haja uma redução nos preços do álcool mesmo com o aumento da oferta. "Essa política pública vem a ajudar o produtor como um todo em termos de renda da atividade. Vamos avaliar com quem efetivamente vai ficar cada parte (produtor, distribuidor, donos de postos de combustível ou consumidores)". Rodrigues acha difícil a oferta do etanol voltar a uma paridade de 60% a 65% em relação ao preço da gasolina. "É difícil imaginar que vai fugir da paridade dos 70%, que é o limite (para que seja vantajoso o uso do etanol). Acredito que vai ter um comportamento de preço parecido com isso", apontou.
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Fonte:
Agência Brasil

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