Preço do etanol na usina em outubro é o mais baixo em 2 anos, diz Cepea
SÃO PAULO (Reuters) - O preço do etanol nas usinas no Estado de São Paulo em outubro registrou queda de mais de 5 por cento ante setembro, marcando a menor média mensal em dois anos, com um aumento pontual da oferta no acumulado da safra do centro-sul, informou nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado teve média 1,1383/litro (sem impostos) no mês passado, queda de 5,2 por cento em relação à de setembro e o menor valor desde outubro de 2012, em termos reais (deflacionando-se pelo IGP-M de outubro de 2014), de 1,0969 real/litro.
Para o anidro, o indicador foi de 1,2900 real/litro (PIS/Cofins zerados) no mês passado, baixa de 5,3 por cento na mesma comparação e a média real mais baixa também desde outubro de 2012, de 1,2373 real/litro.
"Distribuidoras não mostraram urgência de compra, por estarem abastecidas. Do lado das usinas, as unidades com necessidade de negociar, fosse para 'fazer caixa' ou liberar espaço nos tanques, acabaram cedendo a valores um pouco mais baixos", afirmou análise do Cepea nesta segunda-feira.
Os preços menores em relação ao ano passado também são reforçados pelo "aumento pontual" na produção de etanol, favorecido pelo clima seco que permitiu o avanço da colheita sem muitas interrupções no centro-sul.
A produção acumulada de etanol na safra 2014/15 até meados de outubro cresceu 6,7 por cento, para 21,59 bilhões de litros (12,4 bilhões de litros de hidratado e 9,17 bilhões de anidro), de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade que representa as usinas do centro-sul.
No entanto, em toda a safra do centro-sul, a Unica prevê que a produção de etanol atingirá 24 bilhões de litros, queda de 6,14 por cento ante 2013/14. À medida que oferta de cana ficar menor, com o fim da safra, essa redução na produção começará a aparecer.
O volume de cana na safra 14/15 será menor do que o registrado na temporada anterior por conta da severa seca que atingiu os canaviais em 2014, reduzindo a produtividade agrícola.
(Por Roberto Samora)
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