Preço médio do açúcar em maio bate recorde nominal na série histórica do Cepea

Publicado em 04/06/2021 11:05
Consecana-SP estima que a produção de cana no Centro-Sul na nova safra pode ser até 7% inferior à da temporada anterior

​Mesmo com o início da moagem da safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, os preços do açúcar no mercado físico de São Paulo estão em alta. A média do Indicador Cepea/Esalq do cristal em maio atingiu recorde nominal na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

O tipo registrou valor de R$ 115,08 por saca de 50 quilos, 6,2% superior ao apurado em abril e o maior, em termos nominais, da série do Cepea. "As avaliações estiveram atreladas à baixa oferta nos dois primeiros meses da safra, devido ao atraso da moagem e à queda na produtividade da lavoura da cana-de-açúcar devido às baixas chuvas".

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), as cotações do açúcar demerara encerraram o mês em alta com reflexo das perspectivas de menor safra no Brasil na nova temporada.

No estado de São Paulo, maior produtor disparado do Brasil, a irregularidade climática ao longo dos últimos meses pode gerar uma quebra de até 7% na produção ante a temporada anterior, segundo estimativas do Consecana-SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo). Porém, há regiões com produtores que relatam quebras até acima dos 20%.

Veja mais:
» Consecana: Quebra na safra de cana de SP pode chegar a 7%, mas há produtores com perdas de mais de 20%

"Além disso, a menor produtividade da cultura da cana-de-açúcar tem pressionado os preços do etanol, levando algumas usinas a aumentar a produção de etanol e reduzir a produção de açúcar", destacou o Cepea em nota mensal sobre o mercado.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, em inglês) estima que a produção mundial de açúcar será 6 milhões de toneladas superior em 2021/22, para 186 milhões de toneladas, com base na recuperação da oferta na Tailândia, União Europeia e Índia. O consumo deve bater recorde, em 174 milhões de toneladas, impulsionado por China e Índia.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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