Pequenos produtores aderem à onda da cana sustentável

Publicado em 02/09/2008 08:06

Dezenas de pequenos e médios produtores do Estado de São Paulo vão começar a cultivar cana-de-açúcar com certificado de estarem obedecendo rigorosos padrões sociais e ambientais.

Várias companhias produtoras de álcool como Cosan e Louis Dreyfus fecharam recentemente acordos para produzir e exportar álcool sustentável devido às preocupações de consumidores com o impacto do biocombustível.
Agora, alguns pequenos produtores paulistas poderão se juntar a este movimento.

"Queremos ter um produto com rastreabilidade total, do plantio da cana ao produto final. Acreditamos que existe um mercado para esse tipo de produto, especialmente na Europa", disse Fernando César Gregorio, presidente da Associação de Fornecedores de Cana-de-Açúcar da Região de Bariri.

A sustentabilidade do álcool brasileiro tem sido questionada pela Europa, que deve exigir padrões ambientais e trabalhistas cada vez mais rigososos para as importações.

O programa envolverá inicialmente 50 pequenos e médios produtores de cana, que cultivam até 3.500 hectares e produzem cerca de 260 mil toneladas de cana por ano, sendo que parte disso virá da agricultura familiar.

Entre as normas de produção estão tolerância zero com trabalho infantil e escravo, uso limitado de agroquímicos e emprego de colheita mecanizada.

Esses padrões, que passarão a ser respeitados em 30 de agosto, foram estabelecidos pela Organização Internacional Agropecuária (OIA), uma empresa privada que fornece serviços de inspeção e certificação.

Toda essa cana produzida dentro do programa será moída na usina Dela Colletta, que também vai processá-la de acordo com normas próprias. Todo o processo será auditado por uma empresa independente.

Algumas das exigências - muitas determinadas por lei - já são observadas por esses produtores, mas eles querem certificar "que estão fazendo certo", disse Gregorio.

José Carlos Reis, coordenador de agroenergia do Sebrae, que vai fornecer assitência técnica para os produtores, afirmou que esta é a primeira vez que pequenos produtores têm a chance de participar de um programa de certificação social e ambiental.

O programa também estimula o plantio de grãos na reforma dos canaviais, colaborando para a produção de alimentos e evitando problemas associados à monocultura, como por exemplo a perda de fertilidade do solo.

"Ouve-se muito que açúcar e álcool são apenas para grandes produtores, e estamos mostrando que não. Estes são fornecedores pequenos, que estão organizados e enxergando lá na frente", disse Reis.

Gregorio explicou que ainda não foi fechado nenhum acordo com importadores estrangeiros, mas que o biocombustível certificado deve obter um prêmio para compensar os custos de produção mais elevados.

Fonte: Invertia

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Invertia

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