Análise do mercado do açúcar

Publicado em 16/12/2008 16:53
FUNDAMENTOS DE LONGO-PRAZO SEGURAM O MERCADO

O mercado de açúcar em NY fechou a semana com 100 pontos de alta na média, ou seja, 22 dólares por tonelada. Estava meio óbvio que a performance da semana anterior estava prejudicada pelo soluço altista do dólar em relação ao real. Quem aproveitou a alta da moeda americana e esperou esta semana para fazer suas fixações necessárias em NY está rindo à toa. É o tal negócio, quanto menos nos contaminamos pelos horrores infundados, melhor aproveitamos as oportunidades. Depois de trinta pregões, a posição de contratos em aberto voltou a subir. Os baixistas e os cavaleiros do Apocalipse vão começar a ficar nervosos. Por quê? Porque está todo mundo fazendo conta e descobrindo que tem coisa barata demais nesse planeta.

As commodities apreciaram de uma maneira geral em razão do dólar mais fraco. O petróleo tem ajudado a melhorar o humor do mercado sucro-alcooleiro, embora mais um grupo - dessa vez no nordeste - tenha pedido concordata. Fato isolado. O pior já passou.

O cenário fundamentalista não mudou. O mercado de açúcar continua construtivo no longo prazo e não há razão para acreditar em quedas abaixo dos 10 centavos de dólar por libra-peso. A Índia deverá importar 1 milhão de toneladas de açúcar piorando sobremaneira a equação da oferta e demanda já prejudicada. Um volume estimado de 250.000 toneladas de açúcar brasileiro para a China parece ter sido negociado esta semana aproveitando a recente baixa nos futuros. O dólar mais forte em relação ao real tem sido o fiel da balança. O plano de infra-estrutura prometido pelo Obama deve dar fôlego ao cenário macroeconômico.

A recomendação é aproveitar esses delírios baixistas para recomprar a posição vendida (para aqueles que têm hedge); ou fixar o preço da matéria prima para os consumidores industriais que compram açúcar no mercado interno baseado em NY; ou ainda, vender puts (opções de venda) no dinheiro (cujo preço de exercício é o mais próximo ao preço de mercado) para diminuir o custo de aquisição.

O comentário da semana passada bateu o recorde de e-mails enviados para a coluna sobre a redução de 1.68 bilhão de litros de consumo. Na verdade, e aqui vai um mea culpa, o número foi uma estimativa tomando como possível uma redução de 25% da venda de automóveis para 2009. Dessa forma, 2.800.000 veículos vezes 25% de redução é igual a 700.000 veículos. Multiplicando 700.000 veículos por 12 meses e por 200 litros por veículo, chegamos à redução de 1.68 bilhão de litros. Em verdade, a palavra "redução" exorbitou um pouco no contexto, melhor seria ter dito "queda potencial de consumo no pior cenário". Um importante executivo de um banco muito ligado ao setor, por exemplo, achou que o comentário da semana passada "carregou demais na tinta", o que é uma boa indicação de que o panorama talvez não seja tão pessimista quanto parece. Assim espero.

A volatilidade do mercado depois de muito tempo voltou a negociar em níveis mais civilizados, muito embora ainda altos. Desde setembro que a volatilidade histórica negociava a níveis bem acima de 45%. Agora voltamos para os 40%, ainda altos, mas menos indigestos. No entanto, vale lembrar o seguinte: você só deve comprar opções como último recurso ou em operações que estejam conectadas com outras diminuindo assim o impacto dos altos prêmios pagos. Traduzindo para o português: se quiser ficar comprado venda puts (opções de venda), se quiser ficar vendido, venda calls (opções de compra). Comprar opções só se for tiro curtíssimo, pois ao contrário, você vai se dar mal.

Tenham todos uma excelente semana.


Fonte: Archer Consulting
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Fonte:
Archer Consulting

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