Açúcar fecha com ganhos acima de 2% em NY e Londres, mas variação semanal segue negativa
Os preços do açúcar fecharam a sessão desta quinta-feira (16) com uma recuperação das recentes baixas. Em Nova York foram contabilizados avanços de até 2,22% enquanto que em Londres os ganhos foram até 2,65%. Ainda assim, o adoçante segue com uma semana de variação negativa, com uma baixa na comparação com a sexta-feira (10) de 4,2%.
Segundo o Barchart, os ganhos desta quinta-feira aconteceram por conta de uma baixa do dólar internacionalmente, o que desencadeou a cobertura de posições vendidas em futuros de açúcar. A moeda norte-americana foi pressionada devido a comentários do governador do Federal Reserve, Christopher Waller, de que se a inflação no país cair, pode haver mais cortes nas taxas do Fed este ano do que o mercado antecipa.
Diante disso, em Nova York o contrato março/25 avançou 0,40 cent (+2,22%) e foi negociado a 18,41 cents/lbp. O maio/25 teve elevação de 0,15 cent (+0,88%), fechando a 17,22 cents/lbp. Já o julho/25 subiu 0,11 cent (+0,65%), sendo cotado a 16,94 cents/lbp, enquanto o outubro/25 fechou a 17,07 cents/lbp, um aumento de 0,08 cent (+0,47%).
Em Londres, os preços também subiram. O contrato março/25 avançou US$ 12,50 (+2,65%) e foi negociado a US$ 485,00 por tonelada. O maio/25 registrou alta de US$ 7,10 (+1,49%), encerrando o dia a US$ 483,00 por tonelada. O agosto/25 subiu US$ 3,30 (+0,70%), fechando a US$ 471,70, enquanto o outubro/25 registrou elevação de US$ 0,80 (+0,17%), cotado a US$ 468,70 por tonelada.
Mesmo com as altas, o cenário é de baixas. Em transmissão realizada nesta quinta-feira, Mauricio Muruci, analista da Safras & Mercado apontou como fator para as quedas a recuperação das canaviais no Brasil e a Ásia como um todo com excesso produtivo.
Segundo ele, por conta da chuvas monções que se estenderam até outubro, sendo que o normal seria irem até setembro, as safras dos países asiáticos, como Tailândia, Índia e China tiveram um bom desenvolvimento.
Muruci citou também que o mercado vê na Tailândia uma sobra de exportação, pois a China proibiu importação de açúcar em pó, inserido em alguns produtos, e líquido pelas indústrias por questão de higiene. Assim, são em torno de 1,4 milhão de toneladas desses açúcares que estão retidos. Porém já estão contratados, não estão livres no mercados. Isso significa, de acordo com o analista, que não está sobrando, está aguardando uma adequação.
Em relação à Índia, ele afirma que o Governo indiano disse que está pronto para liberar 1 milhão de toneladas em uma primeira leva, desde que a safra do país respeite algumas condições: produção de etanol dentro da meta e que o saldo entre oferta e demanda seja superavitário em pelo menos 1 milhão de toneladas, o que segundo ele, é barbada, pois a projeção USDA é de 3 milhões de toneladas. “Cumprindo isso, serão pelo menos 1 milhão de toneladas. A expectativa é de que cheguem a 3,5 milhões de toneladas, com margem para chegar em 4 milhões”, ressalta Muruci.
O analista citou também o que está previsto após a posse de Donald Trumpo nos Estados Unidos, porém ele não acredita em grande interferência para o açúcar brasileiro. “Trump é muito voltado ao estímulo à indústria local. Ele quer fortalecer a indústria e o comércio local. Vai reduzir importação do México, mas não vai abrir para outro país. O objetivo deve ser buscar a oferta norte-americana a partir da beterraba”, explica.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, o indicador Cepea Esalq mostra, em São Paulo, o açúcar cristal branco com valor de R$ 153,37/saca, com baixa expressiva de 2,28%. O açúcar cristal em Santos (FOB) tem valor de R$ 140,59/saca, após queda de 1,75%. O cristal empacotado em São Paulo vale R$ 16,8367/5kg. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,7868/kg. O VHP tem preço de R$ 112,45/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 153,04/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 147,09/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 148,12/saca.
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